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Bebê morta na Ilha de Itaparica não foi estuprada pelos pais, alega advogada da família

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Segundo advogada, laudo não aponta estupro em bebê de dois meses  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Google Maps

Publicado em 03/01/2024, às 23h14   Cadastrado por Victória Valentina


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A advogada dos pais da bebê Lara Heloisa Pena da Conceição, que morreu no município de Vera Cruz, na região da Ilha de Itaparica, na última terça-feira (2), alega que a criança não foi estuprada pelos próprios pais, como foi informado inicialmente.

Em contato com o BNews, Laline Souza, responsável pela defesa dos genitores, contraria a versão inicial dada pelo médico de plantão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vera Cruz que atendeu a criança. Segundo o profissional, a menina teria sido violentada sexualmente. Porém, conforme a advogada, o laudo feito pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) teria apontado que não houve estupro.

"O laudo ainda não foi disponibilizado porque a perita tem um prazo de dez dias para disponibilizar. No entanto, em uma conversa da médica com a delegada que está no caso, ela informou que não existem lesões ou qualquer violação sexual ou física na bebê", alega.

Segundo Laline, Lara, que tinha apenas dois meses, apresentava problemas de saúde desde o nascimento. "São problemas de saúde que são comprovados pelos familiares. Ela já nasceu em um contexto conturbado que influenciava de forma negativa no estado de saúde dela. Ela era muito sensível, vulnerável", conta.

Na última terça-feira (2), antes de ser constatada a morte da criança, os pais notaram que a menina estava com febre. Preocupados, procuraram um posto de saúde. No local, a enfermeira constatou que ela ainda estava com vida e que o caso deveria ser levado para a UPA da cidade. 

Foi lá que o médico de plantão, ainda não identificado, emitiu relatório afirmando que ela havia sido vítima de violência sexual. Segundo a Polícia Civil, os médicos da unidade acionaram a Polícia Militar, que conduziu os pais para a Delegacia Territorial de Itaparica, onde foram ouvidos e liberados.

"Depois de fazerem algumas manobras, a mãe foi chamada até o fundo da UPA e informada que Lara tinha falecido, e que a suspeita era que ela tinha sido vítima de crime sexual. Não havia nenhuma razão pra eles estarem sendo acusados de terem cometido crime sexual contra a filha. São pessoas que tinham um cuidado exacerbado com a criança", diz.

Por conta da repercussão do caso, a advogada afirma que os pais da criança, que foram apenas ouvidos e liberados, estão sendo vítimas de ameaças pela vizinhança e correm risco de linchamento. "O cadáver de Lara já estava liberado nesta quarta (3), no entanto não pôde ser feito o translado justamente porque os pais ainda não estão podendo se expor. Então a gente está aguardando eles sentirem essa segurança, eles pararem de receber as ameaças", explica.

BNews entrou em contato com a Polícia Civil para saber detalhes sobre o laudo pericial, que se limitou a responder que "quem sinalizou sobre os sinais de violência foi o médico de plantão".

A reportagem também procurou o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para tentar confirmar a informação, mas não obteve retorno até a publicação da matéria. 

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