Polícia
O governo do Rio de Janeiro segue buscando novas estratégias para conter facções criminosas que impõem regras e amedrontam a população. Uma das iniciativas mais recentes ocorreu semana passada, quando o governador Cláudio Castro solicitou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a disponibilização de 10 vagas em presídios federais para alocar lideranças criminosas.
Em entrevista ao BNEWS, a policial federal Roberta Uchôa traçou um panorama da segurança pública no estado, destacando a influência política do crime organizado.
"O crime organizado no Rio de Janeiro é uma questão política, uma questão de votos. Há um controle territorial das facções que se estende ao controle político. Certos políticos não podem sequer entrar em determinadas áreas porque ali a organização criminosa já está alinhada com outro grupo", afirmou Uchôa.
A policial também apontou a corrupção como um dos fatores que fortalecem essas facções. "Há corrupção dentro das próprias estruturas do Estado. Vemos batalhões da polícia recebendo suborno, delegacias, políticos, juízes e desembargadores envolvidos. É um nível de corrupção que torna o combate ao crime extremamente difícil", declarou.
Sobre o uso das unidades prisionais federais, Uchôa criticou a forma como são gerenciadas. "Os presídios federais foram criados para isolar lideranças criminosas, mas acabaram reunindo integrantes de facções de diferentes estados no mesmo local. O resultado? Um crescimento descontrolado das organizações criminosas. O PCC, por exemplo, opera como uma irmandade, e nunca houve tanta cocaína circulando, apreendida e exportada pela América do Sul como agora. E quem está trazendo essa droga para o Brasil é o PCC."
O policial também questionou a estratégia de encarceramento adotada no país. "Há uma falsa percepção de que prender mais pessoas resolve o problema. Mas não se trata apenas de prender, e sim de quem estamos prendendo. Estamos encarcerando mal e, com isso, fortalecendo as facções. O Comando Vermelho e o PCC recrutam dentro dos presídios. Pessoas presas por delitos menores, como posse de pequenas quantidades de drogas, acabam sendo forçadas a integrar as facções. Estamos alimentando nosso próprio pesadelo", concluiu.
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