Entregador baleado após discussão com PM passou por duas cirurgias; caso ainda é grave

O entregador Nilton Ramon de Oliveira, baleado após uma discussão com o policial militar, foi submetido a duas cirurgias nesta terça-feira (5). Segundo familiar, o jovem já abriu os olhos após o procedimento. Ele está internado no Hospital Municipal Salgado Filho, na zona norte do Rio de Janeiro, desde segunda (4).

De acordo com o tio do jovem, que não quis se identificar, o projétil que atingiu o rapaz não precisou ser retirado do corpo, já que a bala atravessou a perna da vítima. Nilton, inclusive, já acordou e conversou com parentes.

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"Ele fez todos os procedimentos, graças a Deus está falando, abriu os olhos e foi chamando pela minha filha. Deu um sorriso para minha esposa, que é quem está acompanhando os procedimentos", relatou.

Segundo informações do Uol, a Secretaria Municipal de Saúde esclareceu que o caso do entregador ainda é grave. Ele foi atingido na veia femoral, o que levou a perder muito sangue. O tio da vítima relatou que os médicos conseguiraram reconstruir a artéria, mas que o quadro piorou, sendo necessário outro procedimento, conhecido como bypass.

Entenda o caso

Nilton Ramon de Oliveira, que trabalha como entregador por aplicativo, foi baleado por um policial militar, identificado como Roy Martins, que teria se recusado a descer até a portaria do prédio para buscar sua encomenda.

Ao chegar no local da entrega, o trabalhador acionou os clientes, mas o PM e a esposa teriam se recusado a descer, exigindo que ele levasse o pedido até o apartamento do casal. O entregador, então, informou que não subiria, porque não faz parte do seu trabalho, e iniciou o protocolo para devolução da encomenda, retornando para a lanchonete.

Insatisfeito, o policial militar foi até o estabelecimento armado e abordou o entregador. Diante da situação, Nilton começou a filmar, e entraram em uma discussão.

O policial, que portava uma arma de fogo, questiona por que o entregador "está com a mão na cintura". O entregador nega que esteja armado, levanta a sua camisa e diz "tô armado não, sou trabalhador".

Após a discussão se prolongar, o jovem aparece caído no chão e ensanguentado, sendo baleado na perna. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Municipal Salgado Filho.

Já o PM se apresentou na 32º DP de Taquarara, prestou depoimento e foi liberado. No local, ele disse ter agido em legítima defesa. Em nota enviada a Uol, a Polícia Militar informou que a Corregedoria abriu um procedimento para averiguar o caso.