Polícia

Escândalo do Pix: Investigado acusou mãe de criança com câncer de participar do esquema

Joilson César/BNews
Doações a mãe de criança com câncer chegaram a R$ 109 mil, mas apenas R$ 40 mil foi recebido pela mulher  |   Bnews - Divulgação Joilson César/BNews
Sanny Santana

por Sanny Santana

[email protected]

Publicado em 20/06/2023, às 13h59 - Atualizado às 14h43


FacebookTwitterWhatsApp

Durante coletiva realizada na sede da Polícia Civil, nesta terça-feira (20), em Salvador, foi revelado que um dos investigados no 'golpe do Pix', na Record TV Itapoan, tentou acusar a mãe de uma criança com câncer de participar do esquema fraudulento o qual ele está supostamente envolvido.

O apelo de maior repercussão do caso do 'escândalo do pix' foi o de uma mãe que pediu doações para ajudar no tratamento do seu filho, que possuía câncer. O jogador Anderson Talisca chegou a fazer uma doação para a mulher.

De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), Charles Leão, a vítima da reportagem precisava do valor de R$ 350 mil para o tratamento da criança. A reportagem conseguiu R$ 109 mil em doações. No entanto, um valor ainda mais baixo foi concedido à mulher, já que R$ 70 mil foi tirado pelos indiciados. 

Clique aqui e se inscreva no canal do BNews no Youtube!

Conforme Leão, os R$ 70 mil foram retirados e enviados para outras contas bancárias através de boletos. Foram pagos cinco boletos de cerca de R$ 15 mil, um de R$ 5 mil e outro de cerca de R$ 12.880. "Para mim, implica atividade de lavagem de dinheiro", pontua o delegado. Com a retirada do valor, a mãe da criança recebeu apenas R$ 40 mil. 

O titular da DreofCiber ainda declarou que o amigo de infância de um dos jornalistas, que também está envolvido no caso, tentou acusar a mãe da criança de envolvimento no crime. "Quer vitimizar quem já foi vítima. Uma mãe. Quer que eu acredite que a mãe entrou em um plano fraudulento [com o amigo de infância do jornalista]", desabafou Charles Leão.

O homem envolvido ainda declarou que um valor era estipulado para as pessoas que faziam o apelo, e um acordo era feito: o que sobrasse do valor estipulado, seria dele. 

"'O que sobrar é meu'. Essa é a versão. Mas eu pergunto, essa mãe precisava de R$ 350 mil. O jogador doou R$ 70 mil, houve doação de R$ 109 mil. Chegou em R$ 305 mil? Por que ele reteve R$ 70 mil? Por que se apropriou? Por que não deu o valor todo? Eu vou chamar uma mãe, com um filho em uma situação dessa, e perguntar se ela estava dentro dessa associação? Claro que não. Eu acredito nessa mãe, assim como em todas que ouvi", afirmou o delegado.

Ainda de acordo com Leão, todas as possíveis vítimas ouvidas afirmaram que os valores para doações eram estipulados por um dos jornalistas investigados. O ex-repórter Marcelo Castro e o ex-editor Jamerson Oliveira foram indiciados.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp