Polícia

Ex-miliciano detalha mortes de moradores de comunidade por denúncias anônimas

Fernando Frazão/Agência Brasil
Maior milícia do Rio de Janeiro contou com o ex-miliciano nos anos 2000  |   Bnews - Divulgação Fernando Frazão/Agência Brasil

Publicado em 07/12/2023, às 11h58 - Atualizado às 11h59   Pedro Moraes


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A amplitude das milícias do Rio de Janeiro fez uma delas ter grande reconhecimento, há quem diga, o maior. Chamada de “Liga da Justiça”, a organização fez um dos membros, o Mister M, ser condenado a cerca de 10 anos de prisão. A vida dedicada ao crime foi regada a violência e corrupção.

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Homenageado pelo grupo de super-heróis da DC, o bonde teve origem nos anos 2000, no bairro de Campo Grande. Em entrevista à Folha de São Paulo, o indivíduo, que teve a identidade ocultada, mencionou que eles tinham o ‘apoio’ de moradores, pelo fato de impedirem que traficantes circulassem nas ruas, além de inibir roubos. 

Preço de abrir a boca

Além de Mister M, o grupo teve o ex-PM Ricardo da Cruz Teixeira, chamado de Batman, como um dos principais líderes. Em 2008, ele fugiu do presídio de Bangu. Já Mister M era da logística do grupo. Entre os lucros da equipe, um deles era com os donos das vans, que transportavam entre 700 a 900 passageiros diariamente. 

Do mesmo modo, comerciantes pagaram taxas para a suposta segurança com o passar do tempo. Quem discordava e acionava o Disque Denúncia, serviço de anonimato, tinha a identidade entregue por meio de infiltrados. 

"De repente, você via morador sumir. Falavam: 'cadê fulano? Ele não era envolvido com nada'. Realmente, não era. Mas a gente tinha um cara que recebia R$ 50 mil por semana no Disque Denúncia. Ele trazia as ligações gravadas, que não dava para rastrear. A gente escutava a voz e reconhecia quem fazia a denúncia. Ele sumia", revelou.

Questionado sobre supostos arrependimentos, o ex-miliciano, na verdade, admitiu que se arrepende apenas de não ter “ficado mais rico”. 

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