Polícia

Faturamento bilionário do PCC por ano com tráfico vira alvo de autoridades europeias

Ilustrativa/Gabriel Jabur/Agência Brasil
Carregamentos de tomates são usados como esconderijo de drogas enviadas pelo PCC  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa/Gabriel Jabur/Agência Brasil

Publicado em 04/09/2023, às 06h29   Pedro Moraes


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O Ministério Público de São Paulo divulgou números impactantes sobre o faturamento do Primeiro Comando da Capital (PCC). A facção criminosa alcançou faturamento de R$ 4,9 bilhões por ano, segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). 

Nesse ínterim, a expansão e a sofisticação dos negócios da maior organização criminosa do país desperta o alerta geral até mesmo de autoridades europeias. Isso porque, desde 2020, cerca de US$ 1 bilhão ao ano, já foram conquistados, segundo o promotor de Justiça do Gaeco, Lincoln Gakiya. 

O recorte dessa quantia compreende a arrecadação com o tráfico de drogas em São Paulo, mas, sobretudo, o lucro da cocaína comercializada para países da Europa. Além disso, o restante do lucro é adquirido com o comércio de drogas no estado. 

Nos últimos anos, inclusive, o volume de cocaína que deixa os portos do Brasil ampliou significativamente. Em 2016 e 2017, cargas com 200 kg a 300 kg de droga eram distribuídas para o exterior por mês. Há dois anos, o despachado chegava a, no mínimo, uma tonelada de cocaína. 

“A facção se tornou tema de preocupação em diversos países europeus. Na medida em que eles se consorciaram com as organizações mafiosas do leste europeu, passaram a lavar dinheiro e ganharam sofisticação”, reforça Gakiya.

Carreira

A partir de 2008, o PCC arrecadava R$ 5 milhões por ano, proveniente do setor “Progresso”, responsável, por exemplo, pelo tráfico de drogas e também das rifas. Após cerca de 10 anos, a facção criminosa aboliu a rifa, a mensalidade e outras formas de obtenção de lucro em São Paulo. 

Já de 2010 a 2012, uma prática utilizada pela facção para armazenar dinheiro eram as casas-cofres. Os valores eram enterrados em um cofre em uma casa administrada por integrantes da organização.

Europa

O PCC é classificado como “notório grupo criminoso”, no site da Europol (Agência Policial Europeia), ainda conforme a publicação 

"Há cinco anos, essa preocupação [com a facção] era mais tímida. Hoje, sou demandado quase que semanalmente por autoridades e policiais da Europa buscando informações sobre o PCC", pontua o promotor.

Reflexo disso é que a Polícia Judiciária de Portugal iniciou a investigação sobre o número de presos envolvidos com o tráfico de drogas. A maioria deles têm mandado de prisão ou citações em processos dentro da facção no país.

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