Guarda municipal tem dois casos de agressão em menos de um mês; veja o que órgão diz

Dois casos de violência envolvendo agentes da Guarda Civil Municipal de Salvador (GCM) foram registrados no mês de março. A recorrência de situações do tipo em um período considerado curto chamou a atenção e levantou discussões a respeito do preparo emocional dos servidores.

O primeiro deles aconteceu no dia 13 nas proximidades da Praça Maria Felipa, na região do Elevador Lacerda, no bairro do Comércio. Nele, um vendedor ambulante foi agredido por guardas durante uma abordagem enquanto trabalhava.

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Ao perceber a abordagem violenta, o homem correu em busca de ajuda para uma base da Polícia Militar. Entretanto, ao chegar no local, foi enquadrado pelos agentes municipais, e, após ser imobilizado, foi atingido por disparo de uma arma de choque feito por um dos guardas. Testemunhas disseram que, antes do ocorrido, um guarda chegou a atirar para o alto.

O órgão, por sua vez, ao ser perguntado sobre o assunto, disse que a situação ocorreu porque o ambulante foi informado que não era permitida a comercialização de produtos na região, " fato inclusive de conhecimento do ambulante".

Ainda de acordo com a autarquia, o vendedor teria xingado e ameaçado um dos agentes, "informando conhecer o local de sua moradia. Sendo então comunicado que seria conduzido para a Delegacia, momento em que reagiu a prisão, sendo necessária a utilização de pistola de condutividade elétrica, bem como algemação".

No segundo episódio, ocorrido na última quinta-feira (28), mais outro ambulante foi agredido por servidores da GCM. Desta vez, o caso foi no bairro do Santo Antônio Além do Carmo. Em um vídeo, Raul Neto, que vendia bebidas no local, aparece desesperado ao ter sua mercadoria apreendida por agentes da Secretaria Municipal de Ordem Publica (SEMOP).

Momentos após ser contido pelos integrantes da Guarda, ele chegou a levar um tapa no rosto. Turistas e moradores do local chegaram a protestar durante a ação. Em nota, a autarquia disse que foi notificada do fato e afirmou "não compactuar com nenhuma ação que ultrapasse os princípios legais". Um dia depois, a GCM anunciou o afastamento dos agentes envolvidos.

Preparo emocional dos agentes

Diante da recorrência de casos de violência envolvendo os agentes, o BNews questionou a Guarda Civil Municipal sobre quais medidas a autarquia tem tomado no que diz respeito a ações para promover o bom preparo emocional dos trabalhadores.

Por meio de nota, o órgão afirma que "atua com seriedade realizando diversas ações de prevenção e cuidado com cada um de seus servidores". Dentre as ações citadas pelo órgão, estão o Núcleo Psicossocial (Nups), "que conta com profissionais das áreas de serviço social, psicologia e psiquiatria, realizando de forma continuada capacitações, rodas de conversas, bem como acompanhamento individual dos servidores".

"O Nups faz parte do Centro de Valorização da GCM e é responsável pela elaboração, supervisão e aplicação de procedimentos e programas interdisciplinares que dão suporte psicossocial aos agentes da guarda", afirma.

Ainda segundo a GCM, o serviço conta com uma preparação especial dos coordenadores e supervisores para ter um olhar mais sensível para o psicológico de cada atendido. "Além disso, a GCM ressalta também que é a única instituição de segurança pública em Salvador, que possui um Núcleo Psicossocial, para cuidar da saúde de seus servidores", finaliza.