Polícia

Homem que espancou filhas em praia teme perder guarda das garotas: "não tive a intenção de machucar"

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O investigado, em entrevista ao Programa Acorda Cidade, relatou como está se sentindo após o ocorrido  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo

Publicado em 05/01/2023, às 18h10   José Ivan Neto


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O pai que agrediu as crianças em uma praia de Itapuã neste último domingo (1°), deu uma entrevista nesta quinta-feira (5), ao Programa Acorda Cidade, no município baiano de Feira de Santana, para reafirmar o seu arrependimento sobre o ocorrido.

“Eu agi como um pai desesperado, errei em ter corrigido minhas filhas daquela forma, eu deveria ter conversado, ter abraçado, e não ter feito o que fiz. Em nenhum momento eu tive a intenção de machucar, até porque eu amo minhas filhas, está sendo muito difícil passar por esta situação, já falei com meus amigos, mas cada dia que passa está ficando pior”, desabafou. 

Além disso, o autor das agressões informou que duas das suas redes sociais foram hackeadas, e que alguém está se passando por ele em um novo perfil. O homem, recentemente, gravou vídeos para a internet reiterando seu pedido de desculpas publicamente. 

"O pessoal está me julgando, estou recebendo ameaças, tive meu Instagram e meu WhatsApp hackeado, criaram um novo perfil como se fosse eu, mas não é o meu perfil de verdade, colocaram uma foto com minha mãe e ainda escreveram: ‘Sou pai e estou arrependido’, creio que foi para ajudar, mas na verdade o perfil não é meu. Inclusive já apaguei várias coisas da minha conta, coloquei como privado, mas criaram esse novo perfil com meu nome e minha foto”, relatou. 

Ainda em entrevista, o pai das meninas, de 6 e 10 anos, contou que ambas já tinham ido várias vezes ao mar, até que, em determinado momento, uma delas desapareceu. “Elas já tinham ido várias vezes, tanto que eu tinha acompanhado, fui lá no mar, teve uma hora que a pequena estava meio que se afogando, tirei da água, e por várias vezes ficaram pedindo para voltar. Então da minha cadeira eu fiquei observando todas duas que estavam na beira do mar mas em determinado momento que tirei a atenção, a outra veio dizendo que a irmã tinha desaparecido. Então surgiu aquele desespero, era a primeira vez que eu estava naquela praia, então a pressão era maior, o pessoal até está comentando que eu estava bêbado, que estava drogado, mas não, foi um momento de desespero de olhar para a praia e não encontrar minha filha e só imaginar que eu iria voltar para Feira com minha filha dentro de um caixão”, disse. 

O pai também revelou que a guarda das filhas é compartilhada. "Elas estavam morando comigo, porque eu sempre cuidei delas, elas são apegadas a mim, então sentiram muito minha falta e moram comigo. Tanto que nos finais de semana, eu levo na casa da mãe delas, mas se eu fosse um monstro, um péssimo pai, eu sei que uma hora dessa eu já estaria morto, porque eu sei que errei, muitas pessoas estão me julgando, muitas pessoas estão também do meu lado, mas reconheço o meu erro e quero minhas filhas de volta”, pediu.

Ele também acrescentou que decidiu se apresentar na delegacia de forma espontânea. “Eu sou uma pessoa honesta, não sou nenhum criminoso, não sou bandido, então não tem porque ficar se escondendo, eu sei que errei e estou aqui arrependido do que fiz. Sou um ótimo pai para minhas filhas, reconheço meu erro e agora a Justiça vai decidir o que será feito”, contou.

Daniel Vitor, delegado responsável pelo caso, confirmou em entrevista ao mesmo programa que as ações feitas pelo responsável das jovens, após as agressões, podem influenciar na redução de algum tipo de pena. Daniel também reiterou que todo material será remetido para a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Praticados Contra Crianças e Adolescentes (Dercca), de Salvador. 

“A delegada Danielle Matias já colheu as peças aqui de Feira de Santana, já ouviu a mãe das crianças, no dia de ontem ouviu a madrasta das meninas acompanhada por mim, já ouviu o pai das meninas e está no aguardo do resultado da escuta especializada e dos laudos periciais, para que seja enviado para a Delegacia de Salvador, onde aconteceu o caso. Caso o delegado ache necessário, outras testemunhas também serão ouvidas”, finalizou.

Classificação Indicativa: Livre

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