Polícia

Homofobia: Jovem é agredida em ônibus e enfrenta dificuldade para registrar caso na polícia em Salvador

Arquivo pessoal
Tudo começou depois que um passageiro desconhecido questionou se a vítima era homem ou mulher  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal
Lorena Abreu

por Lorena Abreu

[email protected]

Publicado em 17/09/2022, às 16h38 - Atualizado às 16h38


FacebookTwitterWhatsApp

Insultos de homofobia seguidos de agressão física. Isso foi o que aconteceu com Juliana Silva Prazeres Botelho, de 25 anos, recepcionista de um petshop, ao embarcar em um ônibus, em Salvador, nesta quinta-feira (15).  A vítima, de 25 anos, era uma das passageiras do ônibus que fazia a linha Sussuarana R2. Ela foi agredida por um passageiro que entrou no veículo alguns pontos após Juliana ter ingressado no mesmo ônibus.

Ao BNews, a vítima relatou que, aleatoriamente, e sem nenhum motivo aparente, um passageiro entrou no coletivo, no ponto do bairro Comércio, um local antes de Juliana descer. Ele entrou pela porta dos fundos, que é destinada ao desembarque de passageiros, ficou naquele lugar de pé e, ao se deparar com Juliana, ele “ficou encarando ela de cima abaixo” e fez a seguinte pergunta: “Essa p*rr@ aí é homem ou mulher?”, declarou ela.

“Ele veio me encarar e me empurrou, quando eu disse a ele que não me tocasse”, lembra a jovem. “Foi aí, que ele ainda me deu um murro na cara”, acrescentou. Logo em seguida, diante do silêncio da vítima e, próximo ao local onde ela iria descer, quando o ônibus parou, o agressor aproveitou a chance para empurrá-la para fora do veículo.  “Eu bati a cabeça no chão e me machuquei toda”, relatou Juliana. Ela sofreu diversas escoriações nos braços, mãos e abdômen.

Embora o coletivo estivesse cheio, de acordo com Juliana, nenhum passageiro se envolveu no conflito, e o motorista sequer teria parado o veículo no ato das agressões verbais e físicas, no intuito de defende-la. Juliana, alegou não ter sido bem atendida na 6ª Delegacia de Polícia, localizada na Ladeira dos Galés, no bairro de Brotas, quando tomou a iniciativa de prestar queixa-crime. “O policial que me atendeu disse que eu teria que fornecer o número da linha do ônibus com data e horário.  Caso contrário, não poderia fazer nada e disse que eu retornasse no dia seguinte com os dados necessários”, disse

“Ele mandou eu voltar quando encontrasse o número da linha do ônibus”, afirmou Juliana. Por causa disso, até este sábado (17), ela ainda não teve formalizada a queixa-crime.

Em nota, a Polícia Civil informou que "disponibiliza tanto a Ouvidoria quanto a Corregedoria para que seja formalizada a denúncia de mau atendimento. A instituição não coaduna com as atitudes relatadas e informa que realiza capacitações regulares em atendimento, além de incluir módulos especializados durante os cursos de formação de servidores e nas atualizações feitas pela Academia da Polícia Civil, na capital e no interior. A instituição também conta com a Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Inteligência e Discriminação (Coercid) para atender o público vulnerabilizado".

Siga o TikTok do BNews e fique por dentro das novidades.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp