Idosa tem casa invadida pela Polícia durante operação em Salvador no dia do aniversário: "Presente de grego"

Um taxista denunciou que sua mãe teve a casa invadida durante a 5ª fase da Operação Noise, deflagrada na manhã desta terça-feira (17) em Salvador pela Polícia Civil, com apoio da Polícia Federal. A ação atinge os bairros do Engenho Velho de Brotas e Engenho Velho da Federação, além de outras imediações da Avenida Vasco da Gama.

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp

Preocupação!

Casal de baianos está desaparecido após fortes chuvas no Rio Grande do Sul; saiba mais

COMO ASSIM?

Prefeita de um dos municípios mais pobres do Brasil contrata show de Wesley Safadão por R$ 800 mil

Segundo o homem relatou, em entrevista à TV Bahia, agentes armados invadiram a residência, localizada na Rua Vila América, no Engenho Velho de Brotas, onde moram a sua mãe, uma idosa de 76 anos, além de seu sobrinho e sua irmã. 

Os dois cadeados do portão da casa foram arrombadados e os policiais, afirmando terem um mandado de busca e apreensão em mãos, reviraram o imóvel, mas nada e nenhum suspeito foi encontrado. Por isso, o taxista acredita que houve um erro. "Procuraram tudo, não acharam nada, arrombaram a casa errada, a verdade é essa", afirmou Fábio.

Mãe do taxista, Luiza faz aniversário nesta terça e, abalada, contou como a entrada dos agentes aconteceu no local. "Que presente de grego recebi. Eu levantei da cama e os homens vieram com a arma para cima de mim procurando invadir minha casa correndo, subindo, entrando nos quartos. Eu fiquei doida, me tremendo toda e ainda estou me tremendo. Logo hoje, no meu aniversário, tive esse presentaço", desabafou.

"Como é que eles invadem assim a casa, 5 horas da manhã? Em minha casa nunca aconteceu isso, eu, que sou nascida e criada daqui. E agora eu tomei esse choque grande. Que nada, não é assim, não. Ele deve saber que é de família, que não é desse jeito", completou.

Segundo Luiza, os agentes bateram várias vezes na porta antes de invadirem a sua casa. No entanto, inicialmente, ela não imaginou que sua residência era o alvo da Polícia.

"Jamais podia pensar nisso, que a polícia bateu na minha casa às 5 horas da manhã. Pensei que ele estava lá no outro lado, na oficina. Não liguei, ele chamou várias vezes, mas não sabia que era aqui na minha casa. Quando eu vi, já foi arrombando a porta, uma zoada horrível. Ele invadiu a casa e correu, com aquelas armas todas de cima de mim", relembrou.

Ainda de acordo com Luiza, nenhum documento autorizando a entrada na casa foi apresentado pelos policiais. Eles teriam ainda subido para o andar de cima do imóvel, onde sua filha estava dormindo. "Ele não apresentou documento nenhum. Meu neto disse que viu um documento de busca e apreensão. Eu estava cega, surda e muda", disse.

Conforme a Polícia, cerca de 70 mandados judiciais decretados pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) atingem envolvidos com o tráfico de armas e de drogas, além de crimes contra a vida.