Polícia
por Nilson Marinho e Sanny Santana
Publicado em 27/10/2023, às 12h44 - Atualizado às 16h49
Mais detalhes foram revelados nesta sexta-feira (27) sobre o motorista por aplicativo suspeito de sequestrar mulheres em Salvador. O homem vem sendo acusado de cancelar corridas após a entrada da vítima no carro, mostrar uma arma e anunciar o sequestro, obrigando as vítimas a fazer transferências via Pix.
Com quatro acusações 'nas costas', o motorista, já identificado, teria conseguido mais de R$ 50 mil com os roubos cometidos contra as mulheres. Além das transferências via Pix, ele também roubava os celulares das vítimas.
Em entrevista, a delegada Maritta Souza, responsável pelo caso, declarou que as investigações estão avançadas. Já foi descoberto que o homem utilizava uma arma de fogo para intimidar as vítimas.
Segundo a delegada, ele rodava a cidade com a vítima por cerca de 40 minutos. Nesse meio tempo, a mulher fazia transferências para diferentes contas bancárias, uma delas, inclusive, era uma conta dele.
A dra. Maritta esclareceu que todas as contas estão sendo investigadas e uma delas estava em nome de uma pessoa que não tinha relação com os crimes, já que nem mesmo sabia da existência da conta aberta em seu nome.
Enquanto apontava a arma para a vítima, o motorista ainda ameaçava a mulher de matá-la ou de estuprá-la em um cativeiro localizado em Feira de Santana, município onde ele possui familiares. Conforme a delegada, o veículo usado por ele para rodar Uber era de Feira de Santana.
"Ele tem parentes lá, inclusive, o veículo está no nome de uma senhora que reside em Feira de Santana, possivelmente na zona rural", explica
Os sequestros começaram no final do mês passado. O homem já tinha, no entanto, passagem pela polícia por roubo. Na época, ele teria usado o carro de um colega, também motorista de Uber, para cometer o crime junto a outros dois comparsas. O homem que emprestou o veículo, no entanto, não sabia que ele usaria o carro para roubo.
Por meio de nota enviada ao BNews, a Uber declarou que desativou a conta do motorista assim que a empresa tomou conhecimento do crime. Além disso, afirmou estar à disposição para auxiliar nas investigações. Confira a nota na íntegra:
"A Uber lamenta que cidadãos que desejam apenas se deslocar sejam vítimas da violência que permeia nossa sociedade. Esperamos que as autoridades possam identificar e responsabilizar o autor dos atos criminosos. A empresa permanece à disposição para auxiliar no curso das investigações, nos termos da lei. A conta do motorista parceiro utilizada foi desativada assim que a empresa tomou conhecimento do episódio.
Segurança é prioridade para a Uber e a empresa está sempre buscando, por meio da tecnologia, fazer da sua plataforma a mais segura possível, de uma forma escalável. Hoje uma viagem pelo aplicativo já inclui ferramentas de segurança antes, durante e depois de cada viagem, tanto para os usuários quanto para os motoristas parceiros.
Durante a viagem, o aplicativo conta com o botão Recursos de Segurança, que reúne funções de segurança da plataforma. O recurso, permite que usuários e motoristas parceiros possam compartilhar a sua localização e o tempo de chegada em tempo real com quem desejarem, além de oferecer a opção de ligar para a polícia em situações de risco ou emergência diretamente do app. Ao pressionar este botão, além de efetuar a ligação, o usuário será informado de sua localização atual e informações do veículo em viagem. No Rio de Janeiro, Maranhão e no Pará, esse recurso já foi integrado com o serviço 190 para que os operadores do serviço de emergência recebam automaticamente a localização em tempo real e os dados da viagem em que foi originada a chamada. O projeto reproduz uma integração que a Uber já faz com os serviços de atendimento a emergências em mais de 1.200 cidades dos Estados Unidos, além de diversos estados no México, África do Sul e Canadá.
Além disso, todos os parceiros cadastrados na Uber passam por uma checagem de apontamentos criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos para cadastramento na plataforma, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o país, em tempo real, em busca de apontamentos de crimes que possam ter sido cometidos. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas parceiros já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses".
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