Polícia

VÍDEO: Mulher denuncia perseguição de seguranças em supermercado em Salvador

Reprodução/Vídeo
Vídeos recebidos pela reportagem mostram mulher discutindo com funcionário do supermercado  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo

Publicado em 06/02/2024, às 15h48 - Atualizado às 16h12   Cadastrado por Daniel Brito e Maycol Douglas


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Uma mulher fez uma denúncia de perseguição contra seguranças e um gerente de um supermercado no bairro do Engenho Velho de Brotas, em Salvador. Os profissionais estariam acusando a enfermeira Raphaela Rocha de furtar produtos do local.

Segundo a defesa da vítima, os episódios começaram em meados do ano passado e ocorrem na maioria das vezes em que ela vai até o estabelecimento fazer compras.

À reportagem do BNews, o advogado Bruno Moura, contou que sua cliente faz compras semanais no supermercado Total Nova Ondina. No entanto, há cerca de um ano, ela percebeu que prepostos do local - quatro seguranças e um gerente - estariam a perseguindo.

"Os seguranças trombavam nela, fingiam pegar temperos quando, na verdade, olhavam debaixo do vestido para ver se ela estaria guardando alguma coisa", afirma.

De acordo com Bruno, embora a mulher estranhasse os episódios, ela não decidiu tomar atitudes a respeito. A gota d'água, porém, teria acontecido no último domingo (4), quando os seguranças trombaram nela e em sua filha, de 17 anos, que a acompanhava na ocasião. Um deles teria circulado três vezes de um lado para o outro, olhando para a parte de baixo do vestido de ambas e também de sua outra filha, um bebê, na tentativa de acusá-la de furto.

Com o estopim da situação, Raphaela se revoltou e passou a tirar satisfação com os seguranças do supermercado, afirmando que não furtou nenhum produto e exigiu que o estabelecimento mostrasse as imagens das câmeras de segurança para que ela pudesse provar que não cometeu o crime.

Vídeos recebidos pela reportagem mostram a mulher discutindo com um funcionário do supermercado que estaria envolvido nas perseguições a ela.

"Eu quero provar que vocês ficam me perseguindo. Pode puxar as câmeras. Eu nunca peguei um grão aqui. Não fui respeitada", disse Raphaela, enquanto o profissional alega que não houve nenhuma acusação de furto.

Em outra gravação obtida pela reportagem, Raphaela relata que seguranças, sempre que ela vai fazer compras no estabelecimento, a rondam.

"Quando vamos para o caixa pagar, um deles faz a volta, se posiciona na cadeira que estiver perto do caixa, puxa e fica em frente esperando a gente pagar e observando para ver se levei alguma coisa. Ele já fez isso comigo, com minha mãe e minha filha do lado", denuncia, acrescentando que tudo foi registrado pelas câmeras.

O caso, segundo Bruno Moura, é tratado como injúria racial e stalking, já que Raphaela teria sido perseguida diversas vezes pelos funcionários do supermercado. A enfermeira registrou, na Polícia Civil, um boletim de ocorrência a respeito da situação. Ainda conforme o advogado, um processo criminal já foi instaurado contra os profissionais. O estabelecimento, por sua vez, deverá ser alvo de uma ação cível com pedido de indenização por danos morais.

Em contato com o BNews, Raphaela afirma que não está bem psicologicamente e conta que está sofrendo com tudo isso. "Não estou bem, pensei que estava bem. Ainda estou reagindo, estou eufórica", explicou.

A vítima disse que continuou indo ao mercado mesmo após perceber a perseguição porque queria afrontar o preconceito e, em todas idas ao estabelecimento, as cenas se repetiam pelos seguranças 'novatos'.

"Ia pro corredor e eles iam atrás, eles ficavam me observando como se eu fosse roubar alguma coisa, o segurança mais velho do mercado achava que era uma coisa da minha cabeça", contou a enfermeira.

Raphaela alegou que em um dos casos perguntou ao segurança o por que ele estava fazendo isso, e ele respondeu: "Você deve? Se está se sentindo incomodada, você deve ou é vagabunda".

Completamente esgotada com toda a situação, no dia em que foi ao mercado novamente com sua filha, a enfermeira estava convencida que se caso acontecesse a perseguição novamente, ela teria uma reação, foi quando o vídeo foi feito. Raphaela acredita que tudo isso foi por puro preconceito.

"Puro preconceito, eles me olham de cima abaixo. Uma vez ele tombou em mim, para ver se eu tinha escondido algo, quando dei as costas, ele tava rindo", revelou.

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