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Ouro de sangue: policiais são principais suspeitos de manterem garimpos ilegais e promoverem queima de arquivos na BA

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Grupo criminoso também mantinha trabalhadores dos garimpos em condições análogas à escravidão  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 06/06/2023, às 12h53   Filipe Ribeiro


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As investigações realizadas pela Polícia Federal, pela Corregedoria-Geral da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e pelo Ministério Público, através das Operações Urtiga e Garça Dourada, identificaram grupos criminosos que atuavam na extração ilegal de ouro em seis municípios baianos. Na manhã desta terça-feira (6), as equipes cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão contra os investigados.

Os suspeitos atuavam em Jacobina, Santa Luz, Valente, Santa Bárbara, Cansanção e Nordestina, regiões onde havia zonas de extração e laboratórios clandestinos. Entre os investigados há um soldado e três cabo da Polícia Militar, um investigador da Policial Civil e outros três suspeitos. Nenhum deles foi identificado.

O objetivo final da extração do ouro era negociá-lo no comércio local, e a investigação aponta para atuação criminosa nas regiões baianas, pelo menos, desde 2020. Nestes pontos de exploração ilegal, as operações policiais identificaram também trabalhadores de garimpo sendo mantidos em regime de trabalho análogo à escravidão.

Negociando o ouro, o grupo criminoso agia então para fazer a lavagem do dinheiro, investindo em diversos setores como empresas, imóveis e fazendas. De acordo com os responsáveis pela investigação, as movimentações bancárias dos suspeitos eram incompatíveis com os bens declarados.

Queima de arquivo

Os agentes à frente da Operação Urtiga conseguiram identificar a relação destes grupos com os garimpos ilegais. Com a ameaça de ter todo o esquema descoberto, os suspeitos, incluindo os policiais investigados, participaram no homicídio e incineração de, pelo menos, uma testemunha.

A polícia segue em busca de outras vítimas. Além de criar uma espécie de "grupo de extermínio", os policiais envolvidos ainda atuavam na segurança dos pontos de extração e laboratórios usados pela quadrilha. 

As operações nesta terça-feira (6) apreenderam um fuzil calibre 5.56, três espingardas calibre 12, seis pistolas de diferentes calibres, três revólveres 38, 17 carregadores, mais de 600 munições de
diferentes calibres, mais de R$ 18 mil em espécie, duas pepitas de ouro, substâncias de uso controlado para mineração ilegal, notebook, celulares, coletes balísticos, roupas camufladas, rádio comunicador, facas e documentos.

Contando com mais de 140 policiais, as operações deflagradas nesta terça-feira (6) ainda trarão novos detalhes como possíveis novos homicídios e laudos sobre prejuízos ambientais por conta de uso de substâncias tóxicas e explosivos nas zonas de garimpo.

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