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PMs atiram bala de borracha em mulheres e adolescente pelas costas; veja vídeo

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Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 28/07/2022, às 06h20   Redação


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Mulheres e uma adolescente foram atingidas por balas de borracha, pelas costas, por policiais militares, em São João del-Rei, em Minas Gerais. O caso aconteceu no último dia 16 de julho. Nas imagens, é possível ver e ouvir os disparos efetuados por um agente, que grita "sai fora".

Ao Uol, o advogado Lincoln Lopes Barros Júnior, do Instituto Anjos da Liberdade, que representa uma das mulheres atingidas, disse que duas saíram feridas e precisaram de atendimento médico — entre elas uma menor de idade. Ambas foram conduzidas à delegacia.

Em nota, a Polícia Militar alegou "injusta agressão" contra os policiais. O Comando Geral da corporação foi acionado pelo Ministério Público de Minas e vai investigar o fato.

Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, os agentes atuavam na região após uma denúncia de tráfico de drogas. No local, ainda segundo a PM, um homem e um menor de idade foram detidos.

"Um segundo menor de idade em razão do fato descrito acima, danificou uma das viaturas sendo apreendido em virtude do dano. Populares se voltaram contra as guarnições, passando a arremessar pedras contra as viaturas e policiais militares, na tentativa de resgatar o segundo menor", disse a PM.

Ainda segundo a corporação, os policiais usaram tiros de borracha para conter a "injusta agressão". "Sendo necessário o uso de munição de elastômero [bala de borracha] e espargidor de pimenta para conter a injusta agressão que os militares sofriam e ainda preservar a integridade física dos autores que estavam preso/apreendidos". A corporação reconheceu que as duas mulheres tinham lesões causadas pelos disparos.

Mas, de acordo com o advogado Lincoln Lopes Barros Júnior, os policiais tentaram encobertar uma "ação ilegal". "Sem saber que a ação havia sido gravada por moradores, os PMs afirmaram que somente agiram para repelir injusta agressão, mas as imagens são claras em demonstrar que o número de mulheres, a distância que estavam das viaturas e que os disparos aconteceram enquanto elas recuavam e estavam correndo, de costas para os militares, não indica verdade na narrativa da polícia", afirmou à reportagem.

O advogado denunciou o caso ao Ministério Público, que confirmou ter recebido a representação e a encaminhado, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de São João del-Rei, ao Comando Geral da PM. O comando irá "apurar eventual crime de abuso de autoridade, por meio do inquérito policial militar respectivo", ainda de acordo com o MP.

Mas, "não foi instaurado Procedimento Investigatório Criminal (PIC) pela Promotoria de Justiça, uma vez que o fato será apurado no inquérito policial militar com o acompanhamento do MP", segundo o Ministério Público.

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