Polícia

Seis anos após crime, julgamento de segurança da AL-BA é remarcado para março

Arquivo pessoal
Júri popular foi marcado para o dia 12 de março de 2019  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 16/12/2018, às 12h06   Shizue Miyazono


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Há seis anos, Joselinda de Souza Conceição clama por Justiça, desde que o filho Clayton Conceição Suzart foi assassinado pelo padrasto, o segurança da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Edmilson Tenório dos Santos.

O julgamento tinha sido marcado para o dia 3 de agosto, mas a pedido da defesa, o júri popular foi adiado. Depois, a Justiça marcou para 4 de março de 2019, mas como a data coincide com o Carnaval, foi remarcado para o dia 12, no Fórum Ruy Barbosa.

"Quando a gente percebeu que ia ser no carnaval, entrei em contato com meu advogado e pedi para ir lá falar com o juiz. Estou com fé que saia, mas estou com um pé atrás, o advogado dele tem mania de ficar adiando, e a minha preocupação é essa [...] Tem que dar certo dessa vez", desabafou a mãe da vítima ao BNews.

À reportagem, Joselinda afirmou não entender o motivo do júri popular do ex-marido demorar tanto para acontecer: "tem casos que aconteceram ano passado, há dois anos e estão sendo julgados e o meu nada, estou esperando pela lei da Justiça e não está dando certo".

Outra preocupação da mulher, é que mesmo condenado pelo júri, Edmilson ainda pode sair do julgamento e aguardar o recurso em liberdade. "Meu advogado disse que ele pode pegar de 10 a 20 anos, dependendo porque ele é réu primário, mas pode entrar [no Fórum], ser condenado e ficar solto enquanto aguarda o recurso".

"Se esse homem sair em liberdade, você acha que eu vou aguentar ficar olhando para a cara dele? Se ele já fica olhando para minha cara com ar de riso, como se ele fosse a vítima, você acha que depois que ele for julgado, condenado e sair em liberdade, esperar recurso, que ele sabe que vai demorar, você acha que ele não vai ficar se exibindo na minha cara e rindo de mim?", questionou Joselinda.

Ela e o ex-marido trabalham na AL-BA. Mesmo após o crime, Edmilson continua trabalhando no local. A Casa colocou os dois em turnos diferentes, mas a mulher conta que muitas vezes acabam se esbarrando nos corredores da AL-BA, quando ela sai mais tarde ou ele entra mais cedo.

Briga para defender mãe e irmã

A noite do crime ainda está muito viva na memória de Joselinda. A mulher não consegue esquecer ou perdoar a perde do filho em uma briga dentro de casa, em Pau da Lima, na capital baiana, no dia 19 de agosto de 2012. Edmílson estava agredindo a filha do casal, adolescente na época, quando ela tentou interferir e também foi agredida.

Clayton chegou e presenciou as agressões e começou a discutir com padrasto. "Meu filho não brigou com ele, só disse 'bata em mim, bata em mim que eu sou homem, eu consigo apanhar, não bata em minha mãe'".

"Eu não quero vingança, eu quero justiça, quero que a justiça seja feita, que ele pague porque ele foi frio, calculista. Ele subiu, carregou o revólver e disparou no meu filho. Eu pedindo: 'não tire a vida do meu filho' e ele tirou como se tirasse a vida de um animal. Até o momento de hoje ele não demonstrou um sinal de arrependimento do que ele fez", desabafou Joselinda.

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