Polícia

PRF pode pagar curso de R$ 144 mil no exterior para diretor-geral alvo de investigação por conduta nas eleições

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Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques é investigado por conduta nas eleições; próxima diretoria terá de aprovar despesa  |   Bnews - Divulgação Reprodução // Valter Campanato // Agência Brasil

Publicado em 21/11/2022, às 09h18   Redação BNews


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A cúpula da Polícia Rodoviária Federal prevê o empenho de R$ 144 mil para custear uma viagem do diretor-geral, Silvinei Vasques, a Madri, na Espanha, e Santiago, no Chile. A justificativa é a participação em um mestrado de "Alta Direção em Segurança Internacional" no Centro Universitário da Guarda Civil espanhola. O processo que envolve o empenho dos valores segue em sigilo.

O pedido foi feito por Vasques há dois meses, e, segundo o Terra, a documentação de indicação foi assinada pelo diretor-executivo substituto do órgão, Daniel Souto. Serão pagos R$ 122.808,18 em diárias e outros R$ 21.953,31 em passagens aéreas e seguro viagem.

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O curso começa em dezembro, de maneira remota, mas terá três módulos presenciais. Por isso, há a aprovação de três viagens. Uma delas, para Madri, entre os dias 4 e 26 de fevereiro de 2023. A outra, para Santiago, no Chile, entre 27 de maio e 11 de junho. No terceiro módulo, Vasques voltará a Madri entre os dias 9 de setembro e 1 de outubro.

Durante a gestão Vasques, processos de aprovação de viagens e respectivas despesas passaram a ser frequentemente tratados como restritos - casos em que apenas um seleto grupo de servidores e agentes têm acesso - e sigilosos - quando apenas a cúpula do órgão e partes diretamente relacionadas podem acessá-los. O diretor-geral não é o único da cúpula a desfrutar destes cursos no exterior com pagamento de diárias, segundo a reportagem.

A autorização interna não foi publicada no Diário Oficial, e, segundo apurou o Estadão, ainda deve passar pelo crivo do Ministério da Justiça, chefiado pelo delegado da Polícia Civil de Brasília Anderson Torres, um aliado de Vasques.

O diretor-geral submergiu desde que passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal em razão de sua conduta no dia das eleições, quando a PRF fiscalizou ônibus e foi acusada por eleitores de parar seletivamente apoiadores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pela inação nos dias seguintes, quando caminhoneiros passaram a bloquear estradas em atos contra o resultado do pleito.

Vasques tirou férias na quarta-feira passada, no dia seguinte a um pedido do Ministério Público Federal do Rio por seu afastamento do cargo, em uma investigação sobre o fato do diretor-geral ter pedido, em suas redes sociais, votos para Bolsonaro. Vasques também apagou todas as suas fotos em redes sociais, que eram abarrotadas de imagens ao lado de Bolsonaro e aliados.

Na reunião com ministros do Supremo Tribunal Federal no dia 1º de novembro, após a derrota nas eleições, o presidente pediu para que a Corte não fizesse uma investida contra Vasques e disse aos magistrados que ele é um "bom menino".

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