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Saiba como o 'golpe dos nudes' fortaleceu tráfico de drogas e permitiu compra de carros de luxo e armas

Divulgação/ Polícia Civil RS
Megaoperação contra o golpe dos nudes prendeu 33 suspeitos no Rio Grande do Sul e Santa Catarina  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ Polícia Civil RS

Publicado em 29/05/2023, às 14h58   Cadastrado por Bernardo Rego


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Uma quadrilha, que comandava o chamado golpe do falso nude, foi alvo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (29). o grupo criminoso também atuava no estado de Santa Catarina. Até o momento, 33 suspeitos já foram presos. O inquérito aponta que a modalidade de extorsão é um importante braço financeiro da principal facção de tráfico de drogas que atua na região. Em uma das extorsões, os criminosos movimentaram R$ 50 mil. As informações são do O Globo. 

Os criminosos mapeavam homens potencialmente com poder aquisitivo e, a partir daí, se passavam por mulheres muito jovens para atraí-los nas redes sociais. Quando conseguiam, através das conversas de cunho sexual, extrair fotos do alvo nu ou semi-nu, era tarde demais: ele já estava envolvido no golpe. Tudo começa com a intervenção de um falso pai ou parente da menina anunciando que ela era uma criança e que levaria o caso à polícia, mas que repensaria caso recebesse uma quantia em dinheiro. 

A segunda etapa do esquema, segundo o inquérito, consistia justamente na obtenção da vantagem econômica, realizando a receptação do produto dessas extorsões por pessoas também aliciadas pela organização, ou seja, laranjas que emprestavam contas e CPFs para depósitos bancários. Esses laranjas eram remunerados pelo crime e, posteriormente, recebiam a ordem para que o dinheiro extorquido das vítimas fosse lavado e distribuído entre os traficantes envolvidos no esquema – e de forma coordenada, já que cada um recebia uma quantia proporcional à atuação no crime.

O êxito em vários golpes, aplicados contra homens de várias partes do Brasil, fez com que os líderes da quadrilha, que recebiam as maiores quantias, passassem a ostentar uma vida de luxo, ainda segundo os investigadores. Adquiriram veículos importados, comprados à vista, realizaram viagens caras e compraram diversos terrenos e imóveis. Os que já estavam presos, acabavam utilizando esses valores para obterem regalias nas cantinas dos presídios.

Apenas no período investigado, os policiais afirmam que os traficantes fizeram pelo menos 80 vítimas em 12 estados e movimentaram cerca de R$ 450 mil. Até o fim da manhã, 25 contas bancárias haviam sido bloqueadas e R$ 20 mil em espécie apreendidos com suspeitos. 

Segundo os investigadores, o líder da quadrilha e principal alvo da operação já estava preso. É um homem de 22 anos, já com passagens na polícia por porte ilegal de arma de uso restrito (duas vezes), roubo majorado, associação criminosa armada, dano qualificado, furto qualificado e ameaça, e que agora foi indiciado também por participação nos golpes.

Balanço da operação

Até agora, 33 suspeitos foram presos;

Ao todo, foram executadas 102 medidas cautelares de prisões preventivas, temporárias, buscas e apreensões em casas e veículos, bloqueios de contas bancárias e apreensão de falsas viaturas;

Os presos responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas, porte ilegal de munições e armas de fogo, extorsões e corrupção de menores.

Classificação Indicativa: Livre

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