Polícia

'Saíram e abraçaram os policiais', diz delegada sobre crianças usadas como escravas sexuais do pai

Divulgação/PC
Delegada explicou como aconteceu investigação para resgatar as meninas  |   Bnews - Divulgação Divulgação/PC

Publicado em 04/04/2024, às 13h08 - Atualizado às 17h46   Maycol Douglas e Sanny Santana


FacebookTwitterWhatsApp

Desesperadas por um resgate, as crianças de 9 e 11 anos usadas como escravas sexuais pelo próprio pai correram para os braços dos policiais que as encontraram em Vilas do Atlântico, em Salvador, nesta quinta-feira (4). O relato foi feito pela delegada da Dercca, Simone Moutinho, entrevistada pelo BNews.

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp

As meninas foram resgatadas por policiais da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e ao Adolescente (Dercca), que com apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP), Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), Delegacia Territorial (DT) de Serrolândia e a Coordenação de Apoio Técnico à Investigação (Cati/Sertão) de Feira de Santana, conseguiram elucidar o caso e a localizar o homem.

De acordo com a titular da Dercca, as investigações tiveram início quando o suspeito, de 50 anos, registou uma ocorrência denunciado o avô das crianças para tentar ocultar o crime praticado por ele. Ele acusava o idoso de estupro.

"Chamou atenção que ele não quis prestar declarações no momento e tampouco apresentou a filha para depoimento para que a gente iniciasse as investigações efetivamente", contou Moutinho.

A delegada ainda revelou que há cerca de 1 semana a delegada de Serrolândia entrou em contato informando que a mãe das meninas a procurou com mensagens e vídeos de uma das meninas pedindo socorro, dando o pontapé às investigações. A mãe das garotas desmentiu a denúncia contra o avô das meninas, apontando o ex-companheiro como autor dos abusos. 

"Inicialmente havia o paradeiro dele com as crianças em Feira de Santana. Pedimos auxílio à coordenadoria de Feira de Santana e do Cati Sertão", explicou. A troca de informações entre as unidades policiais, portanto, indicou que o investigado estaria em Feira de Santana.

No endereço indicado de Feira, no entanto, o suspeito já não estava. "Conseguimos ouvir familiares, conseguimos um novo endereço em Vilas do Atlântico, mas o mais precioso: a placa do carro que ele havia locado em Feira. Esse veículo foi rastreado e, hoje, efetivamente, conseguimos fazer a prisão por cárcere privado", disse a delegada.

Simone ainda contou que no momento que os policiais encontraram o veículo, o homem estava dentro, junto às duas vítimas. "Elas saíram do veículo, abraçaram os policiais, aliviadas por estarem sendo resgatadas, pedindo socorro, contando todo o sofrimento pelo qual estavam passando", relatou.

No imóvel do homem, foram encontrados duas réplicas de revólver calibre 38 e uma pistola, utilizados em jogos de AirSoft, quatro notebooks, celulares e outros dispositivos eletrônicos foram apreendidos com o suspeito.

Dentro da casa ainda haviam um casal, que, segundo as meninas, se recusou a ajudá-las. Segundo a delegada, os dois serão autuados em flagrande por omissão.

Por meio de nota, a prefeitura de Feira de Santana informou que reforçou as medidas "orientadas e definidas com o apoio da Promotoria e do Ministério Público". Além disso, o caso foi encaminhado para o Conselho Tutelar, e a Polícia Civil já está investigando o ocorrido.

Veja a nota na íntegra:

"A Prefeitura informa que a arma que estava em posse de um aluno foi apreendida pela guarda municipal. A direção da escola encaminhou o caso para o Conselho Tutelar, e a Polícia Civil já está investigando o ocorrido.

Para garantir a segurança de todos os alunos e funcionários, a Prefeitura está reforçando as medidas orientadas e definidas com o apoio da Promotoria e do Ministério Público.

A Prefeitura ressalta que a segurança dos alunos é a sua prioridade e que está trabalhando para garantir um ambiente escolar seguro e acolhedor para todos".

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp