Polícia

"Trabalhando com medo": Comerciante da Av. Vasco da Gama relata terror e baixa venda após taxas de criminosos

Jefferson Peixoto/Secom
Criminosos voltaram a cobrar taxas a trabalhadores da região  |   Bnews - Divulgação Jefferson Peixoto/Secom
Sanny Santana

por Sanny Santana

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Publicado em 30/01/2024, às 14h46


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Comerciantes da Avenida Vasco da Gama vêm sendo alvo, há cerca de 15 dias, de criminosos que cobram "taxa de segurança" e ameaçam os trabalhadores. Por causa do crime, a região foi foco dos jornais no dia 15 de janeiro, e nesta terça-feira (30), volta aos holofotes. 

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Após a prisão de suspeitos de cobrarem taxas aos comerciantes no início do mês, mais uma vez o crime aconteceu na avenida. Os lojistas novamente foram surpreendidos com um comunicado 'boca-a-boca' exigindo o pagamento de R$ 300 para que sejam protegidos pelo tráfico de drogas da região.

Ao BNews, uma das vítimas relatou o medo de trabalhar na avenida e a dificuldade que os comerciantes vem enfrentando com as baixas vendas, já que os clientes começaram a ter medo de frequentar as lojas.

Segundo o comerciante entrevistado, que preferiu não se identificar, os recados estão sendo passados para um mecânico que trabalha em sua loja. "[O recado] foi no WhatsApp, falando que ia passar aqui. A gente fechou mais cedo ontem. Eles queriam R$ 300 por semana (...) Não sei se realmente é do tráfico ou não. Se não for, é do meio deles, né. Muitas pessoas querem se aproveitar desse pessoal aqui", declarou.

Cara a cara com o medo

Foi no sábado passado, no dia 20 de janeiro, que o comerciante esteve de frente com cobradores da taxa de segurança. Dois deles apareceram em sua loja para realizar a cobrança, mas a vítima conseguiu ser salva por policiais que faziam rondas pela região. 

O denunciante contou que policiais militares entraram em sua loja no momento em que os bandidos realizavam a cobrança. Antes que os agentes entrassem no estabelecimento, um dos criminosos chegou a perceber a movimentação da polícia e ordenou que o comerciante fingisse que ele e seu comparsa eram funcionários do local.

"Ele me pediu para eu dizer que ele era funcionário da loja, eu falei, mas ele acabou sendo preso no mesmo dia, levaram os dois", afirmou.

Com as cobranças e a aparição dos bandidos em seu estabelecimento, o comerciante relata o receio de trabalhar todos os dias e a dificuldade que os vendedores enfrentam. "Trabalhando com medo porque quem trabalha aqui na frente da loja, no balcão, fica o tempo todo na frente, a gente fica com medo. O comércio teve uma queda grande nesses 15 dias. Uns 30% ou mais. O pessoal quando vê o 'zum-zum-zum' fica com medo de vir, aí cai o movimento", lamentou. 

O comerciante fez boletim de ocorrência na Delegacia Virtual. 

Classificação Indicativa: Livre

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