O médico colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo foi preso na segunda-feira (16), no apartamento onde morava, na Barra da Tijuca, no Rio, por estupro de vulnerável. Ele ainda é investigado por violentar duas pacientes e armazenar mais de 20 mil imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes. Veja abaixo tudo que se sabe sobre Carillo e seus crimes.
- O médico se formou em 2015 na Colômbia e desembarcou no Brasil para realizar uma especialização em anestesiologia, que foi concluída em fevereiro de 2021, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O curso oferece uma vaga para estrangeiros e a seleção é considerada criteriosa.
- Em 2020, ele conseguiu ser aprovado no Revalida, que aprova a atuação de médicos com diplomas expedidos por universidades de fora do Brasil.
- Em dezembro do mesmo ano, ele fez a primeira vítima. O médico filmou o estupro de uma paciente no Hospital Estadual dos Lagos, em Saquarema, no Rio de Janeiro. A mulher ainda não foi identificada, mas a secretaria de Saúde do estado diz que irá verificar todos os prontuários dos pacientes do colombiano. Ele deixou de atuar na unidade em setembro de 2021.
- O curso de especialização dava o direito a Andres de participar de procedimentos médicos, sempre com a supervisão de um profissional no Hospital Clementino Fraga Filho, ligado à UFRJ. Lá ele fez a segunda vítima. O crime também foi filmado pelo suspeito e a paciente se reconheceu nas imagens.
- Em dezembro de 2021, a Polícia Federal recebeu informações de que o médico mantinha arquivadas 20 mil imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes. A PF diz que há imagens de violência contra bebês com menos de 1 ano de vida. Com base nas investigações do órgão, a Justiça pediu a prisão do médico.
- O colombiano foi preso por policiais no início da manhã do dia 16 em seu apartamento na Barra da Tijuca. Os agentes foram recepcionados pela esposa dele, que também é médica. Ela custou acreditar nos crimes até ver alguns vídeos.
- O colombiano dividia o apartamento com a esposa e um cão da raça pug. Nas redes sociais, ele publicava imagens ao lado da companheira, amigos e familiares. Há também fotos em que ele aparece segurando armas.
- Aos policiais, o médico disse nunca abusou sexualmente de crianças, e que tinha acesso aos conteúdos por meio de grupos de aplicativos sobre o tema. Já sobre as pacientes ele confessou os crimes e disse que agia sempre quando ficava sozinho com as vítimas, que estavam sempre sedadas.
- O médico passou por audiência de custódia e está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em cela individual.