Polícia

Usuários de droga da cracolândia invadem e roubam mercado após operação policial

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Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), com os suspeitos foi encontrada uma pochete contendo drogas, uma balança de precisão e uma quantia em dinheiro  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 25/06/2023, às 17h37   FRANCISCO LIMA NETO / FOLHAPRESS



A cracolândia, na região central de São Paulo, teve neste sábado (24) mais uma noite de caos, com operação policial e invasão a mercado. Duas pessoas foram presas, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública).

A partir das 20h, houve uma ação policial no fluxo, entre a rua dos Gusmões e a avenida Rio Branco, na região da Santa Efigênia.

A Polícia Civil afirmou que, após trabalho de inteligência, deflagrou operação na região central para combate ao tráfico de drogas e realizou a prisão em flagrante de um homem e uma mulher, de 46 e 33 anos, respectivamente. A prisão aconteceu na rua dos Gusmões, na República.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), com os suspeitos foi encontrada uma pochete contendo drogas, uma balança de precisão e uma quantia em dinheiro. A dupla foi conduzida à 1ª Seccional Centro, onde o flagrante foi formalizado. As drogas foram apreendidas e encaminhadas para perícia.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana respondeu que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi solicitada para apoio a Polícia Civil.

Após a intervenção, um grupo de usuários de drogas invadiu e saqueou uma unidade do mercado Extra, que fica na avenida Rio Branco. Segundo a PM (Polícia Militar), a corporação foi acionada às 23h21 para a ocorrência de invasão ao mercado. A reportagem apurou que havia diversos clientes, inclusive, crianças, fazendo compras no momento do saque.

O Extra foi procurado, via assessoria de imprensa, mas não respondeu até a publicação desta reportagem. A SSP, por sua vez, disse que até o momento não consta registro do saque na Polícia Civil.

Os moradores da região reclamam que essas operações nunca resolvem o problema da cracolândia e apenas espalham os usuários, que depois se concentram novamente em outras vias.

"A polícia cercou a avenida Rio Branco, mas a gente nunca sabe o que estão fazendo. Foi bem feio de novo, acho que é uma situação insolúvel, desesperadora, não sei como chamar, só sei que está difícil", diz a empresária Rita Palma, que mora na região.

CONSEG INOPERANTE

Outra situação tem afetado ainda mais a busca por uma solução para os problemas de segurança da região. Desde o mês de fevereiro o Conseg (Conselho de Segurança) Centro está inoperante, segundo os moradores.

Os Consegs são grupos de pessoas do mesmo bairro que se reúnem para discutir e analisar, planejar e acompanhar a solução de seus problemas comunitários de segurança e estreitar laços com as lideranças locais e as forças de segurança e administrativas.

Sem entrar em detalhes, a atual presidente do Conseg Centro, Marina Barbosa, disse que o Conseg está inativado por disputas relacionadas à última eleição, que teve um processo conturbado e a situação está ajuizada.

A empresária Rita Palma diz que esse é outro agravante para a região.

"A gente está pedindo, implorando por uma solução para a região. A gente tenta com o Conseg, mas também não consegue, sem presidente desde fevereiro. A gente está abandonado aqui", afirma.

Outro morador na região, que prefere não se identificar, afirma que pela inatividade do Conseg a população da área não tem mais acesso às autoridades, nem informações sobre as ações que estão sendo tomadas, e que as denúncias feitas nos últimos dois anos não resultaram em nenhuma ação efetiva das autoridades.

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