Polícia

VÍDEO: Pedreiro acusa banco de racismo e sai de agência sangrando

Arquivo pessoal/Reprodução vídeo
"Ninguém me socorreu", declarou o pedreiro  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal/Reprodução vídeo
Sanny Santana

por Sanny Santana

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Publicado em 21/10/2023, às 16h18 - Atualizado às 18h40


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Um homem denunciou funcionários do banco Caixa Econômica Federal de racismo após ele ser impedido de entrar na agência por diversas vezes.

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Jaeleson de Souza, de 32 anos, entrou na agência de Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, por volta das 12h20. Ele pegou uma ficha de atendimento e retirou dos bolsos os pertences que poderiam fazer travar a porta giratória da agência, que possui detector de metal. Em um compartimento do banco, ele colocou seu celular, carteira, chaves e a corrente que estava no seu pescoço.

Ao BNews, Jaeleson, que trabalha como pedreiro, alegou ter tentado entrar no banco através da porta giratória por, pelo menos, cinco vezes, mesmo não tendo qualquer outro objeto metálico. 

"Tem mais o que no bolso?", foi a pergunta que o segurança fez por diversas vezes, segundo o denunciante. Ele relata que precisou até mesmo tirar um pirulito que tinha dentro do bolso para provar que não possuía mais qualquer objeto que impedisse sua entrada. "Percebi que eu estava sofrendo racismo", disse Jaelerson.

O pedreiro conta que, em certo momento, ele tentou entrar no banco, mas a porta giratória travou novamente e quebrou sobre ele. "Acho que pelo impacto a porta desmanchou, ele [segurança] travou e a porta desmanchou", conta.

Jaeleson ficou com o braço sangrando após sofrer ferimentos com o vidro da porta. Após o ocorrido, ele seguiu para uma unidade de saúde. "Estava nervoso, chorando muito (...) Ninguém me socorreu, só pegaram o celular para me filmar", desabafou o trabalhador.

Diante da situação, Jaeleson acionou um advogado. Ao BNews, a defesa declarou que o rapaz está "muito abalado com todo o ocorrido e se sentindo humilhado". 

"Os advogados do escritório Dorval Domingues já estão elaborando ação indenizatória contra a Caixa Econômica Federal. Também está sendo registrado um boletim de ocorrência para que as autoridades tenham conhecimento do fato para que sejam tomadas as medidas adequadas", declarou o advogado Dorval Domingues.

O BNews entrou em contato com a Caixa Econômica, que declarou estar apurando o caso internamente.

Além disso, afirmou que "repudia todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, raça, gênero, cor, idade, religião, credo, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação". 

Confira a nota na íntegra:

"A CAIXA esclarece que os objetos de metal são identificados pela porta giratória para segurança dos próprios clientes e devem ser depositados na caixa coletora, não havendo interferência no seu travamento. O objetivo é proteger os clientes, seus empregados e patrimônio. O ocorrido na agência Villas do Atlântico será apurado internamente.

A utilização de portas giratórias em bancos é instituída pela Lei 9.017/1995 e regulamentada pela Portaria 18.045/2023 do Departamento de Polícia Federal, que disciplina todo sistema de segurança em estabelecimentos financeiros no território nacional.

O banco ressalta que repudia todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, raça, gênero, cor, idade, religião, credo, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação.

A CAIXA reforça ainda que são valores essenciais do banco o respeito nas relações entre seus empregados e o público e o atendimento com zelo, presteza e prontidão aos clientes e usuários".

Classificação Indicativa: Livre

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