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Vou voltar ao Brasil e ser preso injustamente, diz Thiago Brennand em vídeo; assista

Imagem Vou voltar ao Brasil e ser preso injustamente, diz Thiago Brennand em vídeo; assista
Após o caso, cerca de 15 mulheres o denunciaram por agressões sexuais  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/04/2023, às 07h12   Isabela Menon / Folhapress


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Em vídeo publicado no YouTube há dois dias, o empresário Thiago Brennand, 42, volta a falar sobre os crimes sexuais de que é acusado e sobre sua anunciada volta ao Brasil.

Ele está nos Emirados Árabes desde setembro do ano passado, para onde viajou poucas horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público por agredir a empresária Alliny Helena Gomes em uma academia de São Paulo. Ele chegou a ser preso no país em outubro, mas foi solto após fiança.

Após o caso, cerca de 15 mulheres o denunciaram por agressões sexuais. No novo vídeo, ele nega as acusações. "Obviamente não estuprei ninguém. Nesse país muita gente tem sede de vingança."

O vídeo foi publicado após o advogado Eduardo Leite protocolar uma petição em que pede para que o nome dele seja retirado da Interpol e a revogação dos pedidos de prisão preventiva.

Segundo o Tribunal de Justiça, há oito denúncias contra o empresário e cinco pedidos de prisão preventivas. "Tudo é distorcido. Você é o vilão, o pior do mundo. Vou me apresentar e provavelmente vão me prender injustamente", diz ele no vídeo.

Brennand, porém, admite que tem "desculpas a pedir" e cita a ex-promotora Gabriela Mansur --fundadora do coletivo Justiceiras, que recebeu denúncias contra o empresário- e o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo.

"Tô com meus pais com câncer, o da minha mãe se agravou, meus país já têm idade, o meu filho tá sozinho e depende de mim. Vou enfrentar o que tiver que enfrentar", afirma ele, destacando que tem ótima relação com o filho e o pai.

Ao longo do processo, ele mudou algumas vezes de advogados. "Tenho que pedir desculpas aos advogados", diz. Ele cita ainda que durante o período em que passou nos Emirados Árabes encontrou "uma pessoa da família do ex-presidente [Jair Bolsonaro]", mas não cita quem.

"Minha vontade é voltar ao Brasil, não moro há muitos anos, sempre tive relação com o Brasil e não posso me colocar como bandido de Interpol. Isso é um absurdo."

Na segunda-feira (3), a defesa de Brennand afirmou em uma petição que o seu cliente pretende retornar ao Brasil nesta sexta (7).

"Objetivando cumprir os trâmites processuais, o acusado manifesta o interesse em retornar ao Brasil, na próxima quinta-feira (6 de abril de 2023), chegando no dia 7 de abril", diz o documento, que encerra dizendo que o acusado se colocará "à disposição da Justiça".

O envio da petição foi confirmado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. No documento, o advogado requer a revogação da prisão preventiva e a exclusão do nome de Brennand da difusão vermelha da Interpol.

O TJ-SP afirma que o pedido está sob análise. Já o Ministério Público diz que se manifestará no prazo legal sobre os pedidos defensivos.

OS 4 PEDIDOS DE PRISÃO PREVENTIVA DE BRENNAND   
Após a acusação de agressão a modelo Alliny Helena Gomes, Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro, horas antes da denúncia do Ministério Público. O órgão determinou que ele retornasse ao Brasil até 23 de setembro e entregasse o passaporte. Como não cumpriu a medida, Brennand teve a prisão preventiva decretada no dia 27 de setembro e tornou-se foragido. A viagem inicialmente foi para para Dubai, nos Emirados Árabes.

Logo depois, a Justiça decretou uma nova prisão contra Brennand, sob a acusação de tatuar à força e manter em cárcere privado uma mulher em Porto Feliz, no interior de São Paulo.

No dia 7 de novembro, Brennand teve a terceira prisão preventiva decretada pela Justiça. Na ocasião, os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por suspeita de estupro que teria ocorrido também em Porto Feliz.

No dia 6 de março, ele teve a prisão preventiva decretada após a denúncia da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Ela afirma que foi estuprada por Brennand em 2021.

Classificação Indicativa: Livre

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