Irritado com a pergunta sobre a possibilidade de sair candidato às eleições estaduais de 2014, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli coçou a barba, deu um sorriso amarelo e rebateu num tom que fugiu a sua simpatia costumeira que não tinha que responder a especulações sobre o assunto, negando que esteja se preparando para substituir Jaques Wagner no governo baiano. “A eleição é em 2014. Não estou em campanha e não pretendo fazer. Estou à frente da Petrobras agora. Se há especulação acerca disso, não sei qual o motivo”, respondeu mostrando-se incomodado.
Outro assunto polêmico, mas tratado com menos rispidez por Gabrielli, foi o último aumento no preço do combustível nos posto. O valor da gasolina na bomba chega a ultrapassar R$ 3, o que assustou os consumidores nos últimos dias. Como se fosse um desafio à Petrobras, o reajuste aconteceu justamente quando a estatal anunciou que não haveria aumento.
O presidente justificou que a situação foi em consequência da escassez do etanol, já que a demanda aumentou em 19% no ano passado. De acordo com Gabrielli, o valor da gasolina tipo A não sofre reajuste por parte da Petrobras desde maio de 2009 e custa, em média, R$ 1,00. O problema é que o combustível que sai de lá não é o mesmo que é distribuído para os consumidores. Passa por transformações e chega como tipo C, por isso essa diferença, tenta justificar Gabrielli.
Segundo Gabrielli, a colheita começa na segunda quinzena de abril e, a partir de então, com o aumento da oferta, deve ocorrer um equilíbrio, já que o valor da gasolina está diretamente relacionado ao percentual de álcool na sua composição. No entanto, não quis opinar sobre a possibilidade de queda no preço.
Fórum - O presidente abriu o segundo dia do XLV Fórum Nacional dos Secretários Estaduais do Planejamento, nesta sexta-feira (1º), no Othon Palace Hotel. Ele falou sobre os investimentos da Petrobras por região, inclusive com participações da empresa no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), instalação de novas refinarias e gasodutos no país.
José Sérgio Gabrielli destacou ainda a contribuição das inovações tecnológicas da indústria brasileira e da importância da ampliação da cadeia de fornecedores de biocombustível, que deve envolver cerca de 255 mil empresas. Para ele, isso representa um impacto positivo na economia brasileira.
Após a explanação do presidente, foi aberto espaço para os secretários debaterem o tema e questionarem a atuação da Petrobras em seus estados.
Fotos:
Roberto Viana // Bocão News
