Política

Planilha de Youssef põe sob suspeita 750 obras públicas

Publicado em 06/12/2014, às 07h12   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Decisão do juiz Sérgio Moro aponta que planilha encontrada com o doleiro Alberto Youssef lista 750 obras públicas que somam quase R$ 12 bilhões, segundo reportagem do Jornal Nacional. O documento pode representar indício de que crimes de corrupção e propina atingem outros setores e empresas públicas, além da Petrobras.
No documento que cita a lista apreendida com o doleiro preso, Sérgio Moro afirma que, “embora a investigação deva ser aprofundada quanto a este fato, é perturbadora a apreensão desta tabela nas mãos de Alberto Youssef”. Segundo ele, a lista sugere que “o esquema criminoso de fraude à licitação, sobrepreço e propina vai muito além” da estatal.
O Jornal Nacional teve acesso à tabela apreendida com o doleiro. Segundo investigadores, trata-se de um controle organizado, que descreve construtoras como clientes. Algumas dessas empresas já são investigadas e têm executivos presos. A tabela também dá detalhes sobre cada obra e valor.
A tabela descreve, por exemplo, um pedido de cotação para o gasoduto Ceará-Piauí-Maranhão, com proposta enviada, segundo o documento, em março de 2010. O valor é de mais de R$ 1 bilhão. A planilha também cita como cliente a UTC Engenharia, empresa do diretor Ricardo Pessoa, que está preso e é apontado como o chefe do chamado “clube de empreiteiras” que pagava propina para ter contratos com a Petrobras. A empresa não respondeu às ligações da reportagem.
A Petrobras Netherlands, braço da Petrobras na Holanda, aparece 12 vezes nessa lista. Segundo o documento, são módulos para as plataformas P-58 e P-62. A Petrobras não quis comentar a denúncia.
O juiz Sérgio Moro afirma que ainda é cedo para dizer que houve pagamento de propina nas 750 obras que estão na lista. Mas investigadores ressaltam que a planilha reforça a versão dada por Paulo Roberto Costa à Justiça e à CPI de que o que acontecia na Petrobras ocorre no Brasil inteiro. O documento está orientando novas apurações sobre a dimensão do esquema.
Na semana que vem, o Ministério Público Federal deve oferecer as primeiras denúncias contra os executivos de empreiteiras. Os procuradores vão trabalhar durante o fim de semana para acelerar essa etapa. O passo seguinte é a Justiça decidir se os executivos vão virar réus.
Fonte: G1

Classificação Indicativa: Livre

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