Política

Ex-gerente da Petrobras diz ter alertado pessoalmente a José Gabrielli

Publicado em 22/12/2014, às 06h40   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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No último domingo (22), a reportagem do Fantástico mostrou a principal personagem das novas denúncias de corrupção que envolvem a Petrobras. A ex-gerente, Venina Velosa da Fonseca, disse em entrevista que muitos funcionários da empresa têm conhecimento das irregularidades. E convocou todos eles a também denunciarem.
Venina confessa que tem medo, mas que vai até o fim. E assegurou que a atual presidente da estatal, Graça Foster, foi informada das irregularidades não só por email, mas, também, pessoalmente. Ela vem fazendo inúmeras denúncias sobre irregularidades na empresa, aceitou conversar com o Fantástico.
Durante conversa, ela comentou sobre os tipos de irregularidades que constatou ou verificou nos contratos da Petrobras. “São vários tipos. Irregularidades de pagamento de serviços não prestados, de contratos que aparentemente estavam superfaturados. De negociações que eram feitas onde eram solicitadas comissões para aquelas pessoas que estavam negociando e uma série de problemas que feriam o código de ética e os procedimentos da empresa”, disse.
Venina revelou também que procurou os superiores dela para falar sobre as irregularidades que suspeitava. “Com certeza. Num primeiro momento, em 2008, como gerente executiva, eu informei ao então diretor Paulo Roberto Costa. Informei a outros diretores, como a Graça Foster. E, em outro momento, como gerente geral, eu informei aos meus gerentes executivos, José Raimundo Brandão Pereira e o Abílio, que era meu atual gerente executivo. Informei ao diretor Cosenza. Tanto quanto diretor, como ele era meu par, como gerente executivo. Informei ao presidente Gabrielli. Informei a todas a pessoas que eu achava que podiam fazer alguma coisa para combater aquele processo que estava se instalando dentro da empresa”.
Segundo o jornal, Venina procurou Paulo Roberto Costa e no encontro, segundo a gerente, o então diretor de abastecimento apontou o dedo para o retrato do presidente Lula e perguntou se ela queria derrubar todo mundo.
Venina encaminhou a denúncia ao então presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli,  que instalou uma comissão para apurar o caso. O responsável pela investigação era Rosemberg Pinto, então assessor especial de Gabrielli e hoje deputado estadual na Bahia, pelo PT.
A comissão apurou que foram pagos R$ 58 milhões em contratos de comunicação para serviços não realizados. E identificou notas fiscais com o mesmo número para diversos serviços, num total de R$ 44 milhões.
O diretor da área de comunicação, Geovanni de Moraes, chegou a ser demitido. Mas, segundo a reportagem, uma licença médica impediu que ele fosse desligado imediatamente. E Geovanni ficou mais quatro anos na empresa.

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