Política

Governador admite ter descumprido acordos com MLT

Publicado em 06/04/2011, às 19h00   Tanara Régis



Não se deve colocar o chapéu onde a mão não alcança. Essa é a conclusão do governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, em encontro com integrantes do Movimento de Luta pela Terra (MLT) e à Luta Camponesa, após reunião com a comissão do Fórum Baiano da Agricultura Familiar (FBAF) realizada durante a tarde desta quarta-feira (6), no prédio da Governadoria (Centro Administrativo da Bahia – CAB).

A comissão apresentou as 20 pautas sobre agricultura familiar que reivindicam o cumprimento dos acordos firmados em 2007, quando foi realizado semelhante encontro com o atual governador. Para Jaques Wagner os representantes do movimento podem ter ficado desapontados por ele ter feito menos promessas, pois dessa vez preferiu maior cautela ao firmar os acordos.

“É melhor prometer resolver 5 pontos e cumpri-los do que acordar 10  e apenas cumprir 7. Temos que ser generoso naquilo que efetivamente poderá ser cumprido”, diz Wagner que admite erro do governo no descumprimento dos acordos firmados anteriormente.

Quanto aos pontos acordados, no entanto, a resposta foi genérica e pouco pontual. “Falamos sobre ações de infra-estrutura, como água, assistência técnica e habitação rural”, disse um dos coordenadores da comissão, Rosival Leite.

De acordo ainda com Jaques Wagner, as discussões terão prosseguimento através dos secretários do Estado com o objetivo de aumentar no orçamento as verbas direcionadas aos programas de investimento na agricultura familiar baiana.

Quinta-feira (7) o movimento prosseguirá em Brasília, onde negociará com o novo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Celson Lacerda,  e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence .


Reivindicações -  Criado em 2006, o Fórum reúne organizações e movimentos sociais representativos da agricultura familiar e da reforma agrária. O encontro com Jaques Wagner foi realizado com uma comissão da FBAF integrada por oito representantes do movimento.

De acordo com José Paulo Cristomo, representante da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar (UNICAFS), dentre os 20 pontos reivindicados, são questões principais a implantação da Secretaria Estadual da Agricultura Familiar, a garantia da assitência técnica e o acesso à terras através de habitações rurais e da reforma agrária.

"A Bahia tem cerca de 725 mil famílias que trabalham na agricultura. No entanto, dos 16 bilhões de reais investidos pelo governo federal em crédito para agricultura familiar, apenas cerca de 2% são direcinados para o Estado", diz José Paulo.

" Em 2007 fechamos acordos que não estão sendo cumpridos, com isso, as questões se arrastam sem solução. Entre elas estão a reestruturação da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) com foco para a agricultura familiar", afirma Dinorah Lobo, presidente do Sindicato Agrícola (SINAGRI).

Desde terça-feira (5) o MLT e a Luta Camponesa realizam manifestação, quando se reuniu com o superintendente regional do INCRA, Luiz Gugé. Nesta quarta-feira (6), o movimento fez caminhada até a o prédio da Governadoria, onde permaneceu durante todo o dia até o encontro com Jaques Wagner.

Foto: Roberto Viana // Bocão News
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