Política

Wagner recebe relatório e promete trabalhar pela democracia na Defesa

Publicado em 30/12/2014, às 06h16   Emerson Nunes (Twitter: @emenunes)




O governador Jaques Wagner (PT) recebeu nesta segunda-feira (29) o primeiro relatório da Comissão Especial da Verdade (CEV) na Bahia, presidida pelo deputado Marcelino Galo (PT). O documento foi entregue por Carlos Navarro, membro da Comissão, e reúne informações colhidas durante um ano e meio de audiências públicas com vítimas de tortura durante a ditadura militar na Bahia.
O relatório afirma que houve tortura no Estado antes mesmo de 1964, ao contrário do que imaginavam os pesquisadores. Os casos foram descobertos em Feira de Santana, depois de audiências públicas com vítimas no município. Aproveitando que o governador vai assumir o Ministério da Defesa, um das pastas que integram a Comissão Nacional da Verdade, e próxima à presidente Dilma Rousseff (PT), Navarro sugeriu "um reestudo da Lei de Anistia para estudar os crimes cometidos pelos militares no país e no Estado, punição para os culpados e modificação do discurso da PM que enaltece o militarismo, implantação de um currículo para manter viva a memória do período da ditadura, além da renomeação de logradouros".
O relatório será entregue à Comissão Nacional da Verdade, que investiga crimes de tortura durante o período da ditadura no país.
"Em 2015 o Brasil completa 30 anos de democracia ininterrupta. É pouco, mas é o período mais longo da nossa história sem nenhuma interferência. Eu vou com muito orgulho para o ministério da Defesa, que é um transatlântico e não permite cavalo de pau. O ato de governar é não perder as suas convicções, senão você não vai para lugar nenhum. Vou para a Defesa com muita tranquilidade. Eu coloquei para a presidente que queria estar em uma pasta estratégica e a Defesa tem essa importância", afirmou Wagner, garantindo que na pasta terá como missão não impedir guerras, mas "defender a paz de uma eventual agressão e a Defesa é parte da consolidação dessa democracia. Até porque o ministério é comandado por civis", frisou Jaques Wagner.
As audiências da Comissão continuam até o mês de agosto. "O governador eleito dará total apoio e total infraestrutura para que a Comissão possa concluir seu relatório e ele ser incluído no relatório final da Comissão Nacional", garantiu Wagner.

Publicada no dia 29 de dezembro de 2014, às 11h26

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp