Política

Oposição no Congresso reage e critica discurso de posse de Dilma

Publicado em 02/01/2015, às 17h44   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



A oposição reagiu ao discurso de posse da presidente Dilma Rousseff (PT), especialmente a parte que a líder nacional atribui a crise da Petrobras a ataques de “predadores internos e inimigos externos”.

Para o líder e presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), essa “pérola” tira a credibilidade de todo o resto do discurso.

“A completa insinceridade da presidente Dilma, quando fala da Petrobras, tira toda a credibilidade de sua fala. Se tem predador interno na Petrobras são os corruptos nomeados pelo PT para destruir a empresa. E se tem inimigos externos, isso se dá pela fragilidade dos gestores do PT em perceber isso”, disse Agripino.

De acordo com o jornal O Globo, o demista afirmou que, como a Nação não leva mais a sério o que a presidente diz, a petista aproveitou a oportunidade para fazer um discurso para agradar o PT e sua base.

“A presidente, quando foi falar que precisa da ajuda do Congresso, falou em “minha base”. Essa é a democracia dela, o Congresso como instituição não interessa. Quer dizer que ela endereça as coisas para a sua base aprovar? Com essa fala Dilma revelou o motivo do loteamento do ministério”, criticou Agripino.

O democrata também criticou o novo lema do governo, anunciado por Dilma na posse no Congresso: Brasil, Pátria educadora.

“Ela nunca foi presidente? Está assumindo o mandato pela primeira vez? E o Haddad, não foi ministro da Educação? Ou Dilma passou uma descompostura nos ministros da Educação nesses 12 anos, ou acha que está assumindo pela primeira vez”.

Já o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes, disse que não se interessou em ver o discurso da presidente Dilma no Congresso, porque ela não cumpre o que fala. O tucano disse que prefere ver suas ações para colocar em prática as promessas de campanha repetidas no discurso.

“Eu não ouvi e não gostei. Eu tenho na memória o discurso inaugural do primeiro mandato. As propostas se revelaram falsas. O primeiro discurso de posse de Dilma , ela esqueceu, eu não”, disse Nunes.

O senador e candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB) disse que, em geral, não se interessa por discursos inaugurais. Sobre a parte em que Dilma diz que vai fazer os ajustes sem tirar direito dos trabalhadores, Aloysio Nunes lembrou que ela falou isso uma semana depois da divulgação do pacote trabalhista com corte de benefícios para trabalhadores e aposentados.

“Dilma é uma pessoa versátil. O que ela fala não pode ser levado a sério. É preciso ver suas ações”, disse o líder tucano.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy, criticou os apelos por apoio feito pela presidente Dilma em seu discurso. O tucano, que fez questão de não comparecer à posse, comparou a presidente Dilma a um náufrago que pede ajuda "antevendo as consequências de problemas criados por ela mesma - não apenas na área econômica, mas especialmente quanto ao seu envolvimento com o Petrolão".

Segundo a assessoria de Imbassahy, não há tradição na oposição comparecer a posses presidenciais no Congresso, mas neste caso, a campanha pesada e de baixo nível promovida pela campanha de Dilma acabou reforçando o sentimento contrário a prestigiar a solenidade.

Para o parlamentar baiano, o discurso da petista "não inspira confiança e evidencia um governo carcomido pelo descrédito, a partir de métodos condenáveis e velhas promessas nunca cumpridas”.

"Assistimos hoje a posse de uma presidente desacreditada, desorientada e sem foco. Como um náufrago, apelou a pedidos de apoio, certamente antevendo as consequências de problemas criados por ela mesma. Parece patológico ela agora falar em corrigir erros na Petrobras e reconhecer tardiamente que a empresa foi assaltada, como se não tivesse ela própria participação e responsabilidades relevantes nos últimos 12 anos da vida da estatal", criticou Imbassahy, acrescentando:

"Ao dizer que alguns servidores causaram o escândalo da Petrobras, finge esquecer que participou de todas as decisões, primeiro como ministra de Minas e Energia, depois chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da estatal e, por fim, como presidente da República. Quem nomeou os comandantes da organização criminosa que se apoderou da Petrobras foram ela mesma e Lula".

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), disse que priorizou a posse de seu aliado no governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Para ele, a presidente erra ao querer justificar a corrupção na Petrobras como obra de"forças ocultas" quando eles são fruto dos problemas que ela criou no primeiro mandato: aparelhamento do governo.

"É uma data super inconveniente. Sobre o discurso, a corrupção tomou conta do governo dela pelo aparelhamento. Não é o discurso, mas atitude que vai combater a corrupção e a Dilma, ao nomear os ministros para satisfazer os partidos mostra que não modificou, neste segundo mandato, a prática do primeiro mandato que levou à corrupção desenfreada", disse Mendonça Filho.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp