Política

Espero que o governador converse comigo antes, diz Nilo sobre polícia na Alba

Publicado em 07/01/2015, às 08h21   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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A discussão sobre a criação da Polícia Legislativa voltou às rodas de conversas dos deputados estaduais nesta segunda-feira (5). Com a declaração do governador Rui Costa (PT) de que os 4 mil policiais em serviço administrativo voltarão às ruas, o presidente da Casa se preocupou. Ao Bocão News, Marcelo Nilo (PDT) disse que aguarda uma conversa com o chefe do Executivo. “Espero que ele converse comigo antes [da decisão]”.

Criar um departamento para que militares façam a segurança da presidência e da Assembleia Legislativa esbarra na decisão do governador. Atualmente, 63 policiais trabalham na Casa. Ano passado, o Bocão News denunciou o desvio de função dos policiais que trabalham em secretarias, gabinetes e até mesmo como motoristas dos deputados.

O debate sobre a Polícia Legislativa dividia opiniões entre os parlamentares à época. Nilo não defendia a criação do núcleo, mas desejava a manutenção da segurança particular, já que possui 9 policiais à sua disposição. “Sou favorável de se manter os policiais militares, pois é bem melhor. Não tem sentido se contratar pessoas, onerar a Casa, se já fazemos isso. É criar mais gastos já que estamos em um momento complicado”, disse o pedetista.

A Bahia seguiria o exemplo dos estados do Acre, Rondônia, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. O núcleo é encarregado de manter a ordem dentro da Casa, bem como fazer a segurança do presidente e deputados. A Alba teria que lançar um edital de concurso público para selecionar novos agentes. Com a medida estariam à disposição do aparato militar novamente os 63 policiais que atuam na Alba. O órgão ainda terá orçamento vinculado ao Poder Legislativo.

Com a mão no bolso                                                                                         

Outro fator que dificulta o desejo do governador é que os militares que trabalham no Legislativo baiano recebem 100% de gratificações. Já os que estão em atividade nas ruas não chegam à metade do valor. Para entender melhor, um soldado tem um salário de R$ 725,21. Recebe 45% de gratificação, chamada de CET, o que corresponde a mais R$ 326,34. Com o pagamento da GAP 5, acrescenta R$ 2.204 mil. Totalizando R$ 3.255,55.

Enquanto isso, os militares em atividade na Alba recebem um total de R$ 3.754,42, mais tíquete alimentação e o salário do local onde trabalham, ultrapassando os R$ 5 mil. Caso retornem às ruas, os militares perdem a gratificação de 100% e os benefícios do local de trabalho.

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Publicada no dia 6 de janeiro de 2015, às 16h05

Classificação Indicativa: Livre

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