Política

Cerveró só fala após advogados acessarem documentos apreendidos

Publicado em 20/01/2015, às 06h27   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró não prestará depoimento nesta segunda-feira (19), na Polícia Federal (PF), onde está preso desde quarta-feira (14). A nova oitiva só ocorrerá após os advogados terem acesso aos documentos apreendidos em residências em nome do ex-diretor. A defesa de Cerveró alega desconhecer o conteúdo destes documentos.
“Depois disso, nós temos um prazo de três dias para fazer essa análise e para poder prestar as declarações”, disse a advogada Alessi Brandão. A jurista fez questão de destacar que não é Cerveró que não quer prestar esclarecimentos, e, sim, os advogados que entendem que ter acesso aos documentos possibilita uma melhor estruturação da defesa.
A apreenão dos documentos se deu em quatro residências de Cerveró no Rio de Janeiro. Conforme a PF, foram apreendidos documentos e mídias relacionados às transações financeiras de Cerveró.
Cerveró é um dos alvos da Operação Lava Jato desde 2014, quando foi deflagrada. Ele já havia sido denunciado na Justiça por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. Na quarta-feira (14), ele foi preso porque o Ministério Público Federal (MPF) argumenta que, logo depois de ter sido denunciado, o ex-diretor da Petrobras tentou resgatar quase meio milhão de reais do plano de um previdência privada para transferir para outro em nome da filha, Raquel Cerveró.
A Polícia Federal ainda afirmou que negociações financeiras feitas por Cerveró indicam que o suspeito tentava obter liquidez do patrimônio com rapidez. Este patrimônio negociado, também conforme a polícia, pode ter origem ilícita e ser resultado de crimes cometidos por Cerveró enquanto estava à frente da diretoria Internacional da Petrobras.
Os advogados de Cerveró tentaram reverter a prisão, porém, o pedido de habeas corpus foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. A defesa alegou que a prisão preventiva do ex-diretor da Petrobras não foi fundamentada em "fatos individualizados, concretos e objetivos", mas em suposições, o que, segundo os advogados, é "incompatível com a boa doutrina e a unanimidade das decisões dos tribunais".
Fonte: G1

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