Política

Comerciantes reclamam de ação de fiscais da Semop na Ribeira

Publicado em 22/03/2015, às 08h26   Emerson Nunes (Twitter: @emenunes)



A requalificação da orla da Ribeira, que desde o início gerou polêmica entre moradores, comerciantes e a prefeitura de Salvador, ganhou um novo capítulo. Depois de revitalizada, os comerciantes reclamam das regras impostas pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), que só autoriza a utilização de 12 mesas de madeira na região central, entre os restaurantes e o mar.

A comerciante Cláudia Gallo, filha da proprietária do restaurante "La Gula", reclama da ação dos fiscais da Semop. "Eles chegam somente nos fins de semana, quando o movimento é maior e começam a retirar as cadeiras. Outro dia o garçom colocou 15 mesas e eles levaram as três. Os fiscais também querem que a gente use cada mesa com duas cadeiras. Não tem como fazer isso, quando chega uma família temos que juntar duas mesas. Perdemos muito da nossa clientela", lamentou a comerciante ao afirmar um prejuízo de mais de 20% com a redução da quantidade de mesas no local.

Segundo a prefeitura, a revitalização de 1,2 Km da orla da Ribeira teve investimentos da ordem de R$ 9 milhões na implantação de calçadões, espaço compartilhado entre pedestres e ciclistas e motoristas e mobiliário urbano, além de melhorias no sistema viário e obras nos dutos subterrâneos.

Os moradores elogiam a obra e até a padronização imposta pela prefeitura, mas reclamam da forma como os fiscais chegam para fazer cumprir a ordem. "Eu acho que tem que ter o controle mesmo. Ficou bem melhor porque antes era uma bagunça danada com tanta cadeira aqui, agora está bem melhor. Só não concordo com a forma que eles chegam tirando o material dos comerciantes", avaliou Danilo Gomes, morador do trecho revitalizado.

"Outro dia teve uma confusão danada aqui porque eles queriam tirar uma mesa onde estava um cliente que era policial e ele se recusou a sair. Eles discutiram e decidiram não retirar a mesa", afirmou o garçom Elivelton Santana. "Eles chegam aqui com um caminhão e quatro ou cinco Kombis cheias de fiscais e começam a recolher tudo. Levam o nosso material e mandam a gente buscar lá, mas acaba danificando o nosso equipamento e a gente não pode fazer nada", reclamou.

O garçom disse ainda que os donos de bares e restaurantes da região estão se organizando em uma cooperativa para entrar em acordo com a Semop. "Temos que resolver isso logo porque a gente acaba colocando apenas oito mesas e cadeiras para não correr o risco de eles levarem".

O mestre de obras André dos Santos, que aproveitava com a família a chegada do sol logo após uma forte chuva, disse ser um frequentador rotineiro do trecho da orla. "Prefiro assim, com menos mesas que antes, porque eram muitas mesas e cadeiras de plástico e cada uma de uma cor. Agora está mais organizado. Só não gosto da forma como eles chegam tratando os comerciantes", afirmou.    

O Bocão News tentou falar com a secretária municipal de Ordem Pública, Rosemma Maluf, mas ela não atendeu as nossas ligações.

Publicada no dia 21 de março de 2015, às 13h15

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