Política

Itaberaba: vereador que denunciou prefeito ao MP diz sofrer ameaças

Publicado em 25/03/2015, às 19h28   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)


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A cidade de Itaberaba, no Centro Norte baiano, vive um clima de revolta desde o último domingo (22), quando o Fantástico, da Rede Globo, veiculou uma reportagem em que mostra a denúncia contra o prefeito João Filho (PP), acusado de desviar R$ 1 milhão por mês. O esquema foi denunciado ao programa dominical pelo ex-secretário de Administração do município Alberto Magno, que teve sua casa invadida por dois homens que roubaram seus documentos que seriam provas do crime.

No entanto, a denúncia foi feita inicialmente ao Ministério Público pelo vereador Ricardo Pimentel (PROS), que relata estar sofrendo ameaças após o fato se tornar público. “Na sessão de segunda-feira (23), o prefeito mandou os funcionários contratados irem à Câmara hostilizarem os vereadores. Eles me ameaçaram com palavras como ‘você vai ver’,  ‘vai ver o que vai acontecer com você’”, relatou Pimentel, que aponta a existência de mais de 50 processos na Justiça contra o prefeito da cidade, sendo a maioria de sua autoria.  “Eu estou dormindo poucas horas por noite”, revelou.

Outro fato que, segundo o edil, aumentou a revolta na cidade foi a ida do governador Rui Costa (PT) à cidade nessa terça-feira (24). “A vinda do governador, de uma forma ou de outra, colou como um apoio ao prefeito. Inclusive, Rui disse que o prefeito é vítima, assim como ele já foi. Todas as entidades daqui como CDL, OAB, Maçonaria enviaram ao governador um ofício, mas não teve retorno”, afirmou o vereador ao Bocão News.

“A população está bastante revoltada e com repúdio ao ato do prefeito. Ele contratou dois homicidas para invadir a casa de um ex-secretário para roubar documentos, eles já estão acostumados a cometer crimes”, lembrou, ao se referir aos homes que invadiram a casa de Alberto Magno.

Apesar da gravidade da denúncia, o vereador aponta dificuldade em mobilizar a Câmara para pedir um possível afastamento do gestor. A Casa possui 15 legisladores, mas 11 pertencem ao grupo de apoio ao prefeito. “Vamos conversar com o Ministério Público e com a Polícia Federal para saber como andam as investigações, que correm em segredo de Justiça. O processo já tem mais de 8 mil páginas”, contou. 

Matéria publicada originalmente dia 25 de março de 2015 às 10h51

Classificação Indicativa: Livre

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