Política

Moradores do Canela criticam implantação da Zona Azul no bairro

Publicado em 26/03/2015, às 09h23   David Mendes (Twitter: __davidmendes)




Medida foi publicada no diário oficial do Município no último final de semana

Moradores do Canela, em Salvador, estão revoltados com a criação de vagas de Zona Azul no bairro, anunciado pela Superintendência de Trânsito da capital baiana (Transalvador).

Conforme publicação no Diário Oficial do Município, a prefeitura vai regulamentar as áreas de estacionamento na região. Ao todo são 265 vagas que passam a ser cobradas. As localidades atingidas são Avenida Araújo Pinho, e as ruas Marechal Floriano, Pedro Lessa e Moreira de Pinho. A responsabilidade da cobrança será do Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Veículos (Sindguarda), entidade responsável pela operacionalização dos estacionamentos regulamentados.

“A Transalvador nunca aparece por aqui para ordenar o estacionamento irregular tampouco disciplinar a carga e descarga de caminhões e agora numa canetada quer cobrar pelas vagas no espaço público”, reclamou Darcílio Almeida, morador da região há 45 anos e síndico do Edifício Antonio de Pádua, localizado na Araújo Pinho, em entrevista ao Bocão News.

Apesar de aprovar a gestão atual, o residente diz estranhar o comportamento do órgão de ordenamento do trânsito. “No mês passado houve um encontro da comunidade com representantes da prefeitura, no qual foram abordados vários assuntos, mas, em nenhum momento, se tocou na possibilidade de implantação da Zona Azul em nosso bairro, que é residencial. Agora, vem a Transalvador com essa medida arbitrária”, criticou Almeida.

Já Ricardo Serra, também morador do bairro, afirmou à reportagem que os problemas relacionados ao tráfego e estacionamento na localidade poderiam ser resolvidos com ações disciplinares. “O ponto crítico está localizado na região do fundo do Bompreço à frente da Clínica Vida no período da manhã. Basta um agente aparecer por lá para botar ordem e, se necessário, guinchar os carros dos infratores teimosos”, defendeu.

O aposentado Francisco Correia, também em conversa com site, culpou a Transalvador pelo que considera "barbeiragem" e diz torcer para que não acontença com o Canela o que aconteceu na Barra. “Na Barra, que é um bairro residencial como o Canela, talvez um pouco menos, os moradores nem recebem mais visitas por causa da avidez por tirar dinheiro do povo com multas e zonas azuis. Conheço alguma coisa do mundo, mas nunca vi um lugar como aqui em Salvador e na Bahia, em que os governos querem ficar no azul, deixando o povo no vermelho. Daqui a pouco vão taxar o oxigênio”, reclamou.

O comerciante Pedro Lima chamou a atenção para as outras ruas que não serão atingidas pela medida. “Como a Zona Azul só será implantada em quatro ruas, quero ver como é que vai ficar a Vila Ferraro, uma pequena travessa sem saída, totalmente residencial. Quem for fugir da Zona Azul vai infernizar a Vila Ferraro e as outras ruas, junto com os flanelinhas clandestinos. E o IPTU vai baixar, seu prefeito?”, questionou.

Joaquim Ribeiro, também morador da Araújo Pinho, não entende a necessidade da medida. “Cobram estacionamento em área pública, mas não permitem que seja cobrado nos shoppings. O Bompreço do Canela mesmo não vai ter mais vaga para quem for lá fazer compras, porque será invadido. Os problemas prioritários do Canela são a melhoria da infraestrutura, o asfalto precisa ser substituído e a iluminação precisa ser trocada por led, além da segurança pública, que não é de responsabilidade da prefeitura", cobrou.

Publicada no dia 25 de março de 2015, às 17h54

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