Política

Luiz Argôlo recebeu pagamentos ilícitos de doleiro, diz PF

Publicado em 01/04/2015, às 06h23   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



A Polícia Federal concluiu o relatório sobre o monitoramento das conversas do deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) com o doleiro Alberto Youssef, suspeito de chefiar uma quadrilha de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões, segundo investigações da Operação Lava Jato. Foram analisadas 1.411 mensagens de celular entre os dois, de setembro do ano passado a março deste ano. Segundo a PF, a linha usada pertence à Câmara dos Deputados.
No relatório, a que a TV Globo teve acesso, a PF conclui: "os indícios apontam que o deputado tratava-se de um cliente dos serviços prestados por Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem aparentemente ilícita, intermediando contatos em empresas, recebendo pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais financiadas pelo doleiro".
O advogado de Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Bastos, afirmou que todas as doações foram absolutamente regulares e que não houve nenhum repasse ilícito.
No documento, a Polícia Federal relata conversas entre o deputado Luiz Argôlo e o doleiro sobre construtoras e licitações. Além disso, os investigadores destacam conversas por mensagem de celular em que o deputado e o doleiro combinam a entrega de dinheiro no apartamento funcional da Câmara, ocupado por Argôlo desde novembro de 2011.
Segundo a PF, existem indícios de que Luiz Argôlo agendou uma reunião entre Youssef e José Carlos Consenza, diretor de abastecimento da Petrobras, que substituiu Paulo Roberto Costa, "possivelmente para tratar de algum assunto relacionado às operações de Youssef junto à empresa".
Outra novidade do relatório é a participação de um cunhado de Enivaldo Quadrado, que operava para o doleiro. Enivaldo foi condenado no julgamento do mensalão e chegou a ser preso na operação Lava Jato. "As investigações apontam que Rafael Ângulo Lopez, irmão da esposa de Enivaldo Quadrado, funcionário da GDF Investimentos, empresa de Youssef, é encarregado de transportar grandes quantias de valores em espécie", diz o documento.
O relatório ainda será enviado ao Supremo Tribunal Federal porque o deputado tem foro privilegiado. O STF irá decidir se abre investigação contra ele. Já na Câmara, a apuração sobre o caso levou a instauração hoje, no Conselho de Ética, de processo por quebra de decoro parlamentar.
Fonte: G1

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