Política

Para ministro da CGU, empresas precisarão de novo padrão ético após Lava Jato

Publicado em 09/04/2015, às 06h23   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)


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O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Valdir Simões, afirmou nessa quarta-feira (8), em Salvador, que as empresas investigadas na Operação Lava Jato precisarão de um novo padrão ético. Atualmente, há 29 processos contra pessoas jurídicas em andamento na CGU por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras e que poderão resultar em punições administrativas, o que é mais célere do que as decisões judiciais, segundo Simões.

“A gente tem a expectativa de conclusão do julgamento em seis meses, podendo ser prorrogados por mais seis, e vamos colecionando provas, informações das empresas e também permitir que elas apresentem defesa”, apontou o ministro em entrevista. “Havendo provas de que as empresas cometeram atos indevidos, elas podem ser declaradas inidôneas e depois disso não há possibilidade de recuperação através de acordo de leniência”, frisou.

Nessa quarta-feira (8), o jornal Folha de S. Paulo publicou uma reportagem em que aponta a empresa holandesa SBM como interessada em devolver mais de R$ 5 bilhões pagos em propina em contratos no Brasil e na África, mas que o acordo estaria empacado por conta de impasse entre a CGU e o Ministério Público Federal, que não quer a Controladoria fazendo a negociação. “É uma fase nova, os acordos de leniência são um instrumento novo e causa alguma insegurança. O Tribunal de Contas tomou uma medida de avaliar cada passo, a controladoria vê isso de forma positiva. É lógico que vamos aguardar uma sinalização do tribunal para retomarmos a negociação com a empresa”, apontou Simões.

“A gente defende que esses acordos antes de serem assinados sejam submetidos aos órgãos de controle como o Tribunal de Contas [da União] e também que possamos receber a opinião do Ministério Público”, disse o ministro.

Publicada no dia 8 de abril de 2015, às 11h30

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