Em discurso na Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Alex da Piatã (PMDB) manifestou repúdio ao ato em que uma atriz transexual encenou uma "crucificação" durante a Parada Gay realizada no último fim de semana em São Paulo. "A forma da manifestação que vimos no fim de semana me incomodou. Eu tenho amigos gays que não concordaram com a representação", disse o peemdebista.
Segundo Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia, a declaração do parlamentar é "para ganhar mídia". "Essa repercussão toda não é pelo ato em si, mas pela pessoa, uma trans, que realizou o ato. Mas ele [o deputado] tem todo o direito de se manifestar", minimizou.
Cerqueira também diz entender o protesto e afirma que a violência promove um ambiente hostil aos integrantes do meio LGBT. "Eu apoio a representação artística porque consigo entender a postura da muher trans que se crucificou na cruz para chamar a atenção da sociedade em geral para dar uma resposta a questão da violência contra a comunidade LGBT em geral. A cada ano mais de 300 homossexuais são mortos no Brasil, sendo que só esse ano já são mais de 150 assassinatos. Isso tudo é chocante para elas que tem que conviver com essa realidade hostil", contextualizou.
O representante da entidade baiana também traça um cenário de acirramento de ideologias religiosas que não propicia um bom momento para atos como o registrado em São Paulo. "Eu aplaudo a decisao dela, mas nesse momento de acirramento de religiões, a gente quer evitar esse tipo enfrentamento. Não é facil para uma pessoa tomar uma postura dessa. Apesar de que a igreja católica ter se flexibilizado com a chegada do papa Francisco", afirmou em entrevista ao Bocão News.
