Política

Executivos da OAS e Mendes Júnior tentaram driblar órgãos fiscalizadores

Publicado em 14/06/2015, às 09h34   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Os empreiteiros acusados de formarem cartel para se apossar de contratos bilionários na Petrobras usaram tática de contrainteligência para evitar rastreamento dos órgãos de fiscalização. É o que afirma a força-tarefa da Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, no documento de alegações finais anexado ao processo contra a cúpula da Mendes Júnior, nove procuradores da República que integram a força-tarefa afirmam que “a análise dos fatos engloba a existência de um cartel que se relacionava de forma espúria com diretorias da maior estatal do país por mecanismo de corrupção que era praticado com elevado grau de sofisticação, envolvendo a realização de acordo prévio e genérico de corrupção que posteriormente era concretizado em situações específicas com a utilização de diversos e velados mecanismos”.
Nessas alegações finais, a força-tarefa pediu a condenação de cinco executivos da Mendes Júnior e de outros alvos da investigação a mais de 30 anos de prisão, mesma punição requerida para os empresários da OAS. A investigação da Polícia Federal revelou “encontros e trocas de mensagens pelas mais diversas formas, recurso a intermediários, prática de atos funcionais aparentemente lícitos, celebração de contratos ideologicamente falsos, entrega de dinheiro em espécie, operações de compensação”.
“O ponto aqui é que disso tudo flui que os crimes perpetrados pelos investigados são de difícil prova”, destacam os procuradores. “Isso não é apenas um ‘fruto do acaso’, mas sim da profissionalização de sua prática e de cuidados deliberadamente empregados pelos réus". Para eles, “ficou bastante claro que os envolvidos buscavam, a todo momento, aplicar técnicas de contrainteligência a fim de garantir sua impunidade em caso de identificação pelos órgãos de repressão penal do Estado”.
Os procuradores citam exemplos dos expedientes usados pelos empreiteiros do cartel – a frequente utilização de códigos em conversas telefônicas e telemáticas, o registro documental de atividade ilícitas de forma dissimulada – “como são prova as anotações referentes às atividades do cartel na forma de campeonato esportivo ou mesmo de ‘bingo’” -, as anotações em agendas de códigos e iniciais de nomes de modo cifrado, e a atuação conjunta entre os denunciados relacionados a diferentes empreiteiras, inclusive com aparente conhecimento prévio dos futuros passos da investigação policial.”
Publicada no dia 13 de junho de 2015, às 17h

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