Política

CPI Petrobras: empresário acusa Lula de agir para favorecer Brasken e Odebrecht

Publicado em 03/07/2015, às 09h01   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O ex-acionista da Petroquímica Triunfo,  Auro Gorentzvaig, afirmou, em depoimento à CPI da Petrobras nesta quinta-feira (2), que a empresa foi “expropriada” em benefício da Braskem, subsidiária da Odebrecht. A operação, segundo ele, teve participação ativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com Gorentzvaig, o objetivo “dessa ação deliberada do governo” era dar à Odebrecht o monopólio do setor. Além de Lula, o empresário acusou a presidente Dilma Rousseff (PT), então presidente do Conselho Administrativo da Petrobras; o ex-presidente da estatal, Sérgio Gabrielli; e o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, de envolvimento no processo de integralização acionária que fez sua família perder o controle da petroquímica.

Gorentzvaig já tinha feito a denúncia à Procuradoria-Geral da República. “Fomos surpreendidos por essa política de monopólio, que acabou submetendo todas as indústrias petroquímicas à Braskem, da Odebrecht”, afirmou.

O empresário contou aos parlamentares que teve uma reunião com Lula, em 2009, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. De acordo com o depoente, o encontro, do qual também participou Paulo Roberto Costa, ocorreu por intermédio do petista Luiz Marinho, atual prefeito de São Bernardo do Campo. A reunião, segundo o empresário, aconteceu em meio à disputa acionista entre a Petrobras e a Petroplastic (empresa da família dele) pelo controle da Triunfo – repassado depois para a Braskem por meio de uma operação de incorporação acionária.

Auro Gorentzvaig também acusou a Petrobras de ter adquirido empresas do setor petroquímico por valores acima dos praticados no mercado e, depois, ter repassado a preços bem inferiores o controle dessas companhias à Braskem.

Segundo ele, isso teria ocorrido em relação à própria Triunfo. Gorentzvaig informou que havia um acordo pelo qual a estatal iria receber R$ 355 milhões da Petroplastic por sua parte na Triunfo, mas a Petrobras recuou e repassou suas ações à Braskem por R$ 117 milhões.

Gorentzvaig disse ainda que a Petrobras comprou a empresa Suzano Petroquímica por R$ 4,1 bilhões, o dobro do valor estimado da companhia. Ao responder pergunta do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI, o empresário declarou que a Quattor (junção das petroquímicas Suzano e Unipar) foi vendida pela estatal para a Braskem por R$ 2,5 bilhões.

“Então, a Petrobras adquiriu uma empresa por mais de R$ 4 bilhões e, meses depois, repassou à Braskem por R$ 2,5 bilhões?”, insistiu o parlamentar. “Foi isso que aconteceu e eu tenho como provar”, confirmou o empresário.

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