Sem dinheiro em caixa para manter em dia os pagamentos de programas considerados vitrines do governo Dilma Rousseff como o Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo acumula faturas em atraso e trabalha para empurrar os pagamentos para a frente. Na semana passada, foi proposto um acordo pelo qual as construtoras que trabalham no programa habitacional receberiam, até agosto, R$ 1,6 bilhão que o governo devia. Desse total, R$ 600 milhões, foram depositados na quinta-feira (2).
Em troca, as empreiteiras concordaram em receber os pagamentos a partir de agora até 60 dias após o serviço ser realizado. Na prática, os pagamentos serão empurrados para 2016. Nesse sentido, segundo o jornal o Estado de S. Paulo, a manobra tem resultado semelhante ao das célebres "pedaladas" fiscais feitas pelo governo entre 2013 e 2014, onde foram retardados os pagamentos de alguns programas para engordar o saldo do Tesouro Nacional ao fim de cada mês.
Na semana passada, o governo aprovou no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) o adiamento do pagamento de parte dos abonos salariais. Com isso, pelo menos R$ 9 bilhões em pagamentos foram jogados para 2016.
