Política

PV baiano racha e partido pode enfrentar debandada

Publicado em 10/07/2015, às 08h38   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



A insatisfação de membros do Partido Verde na Bahia pode culminar em uma debandada de filiados que pretendem disputar as eleições municipais em 2016. Reportagem do jornal Tribuna da Bahia mostra que o atual modelo de governança partidária, desde a substituição do ex-presidente Alan Lacerda por Ivanilson Gomes, já começou a ter baixas. No início do mês, a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, pediu desfiliação da legenda, após sete anos na sigla. Célia, tida como principal nome do partido, integrava a executiva estadual, mas foi destituída da função. “Eu não diria que ela era a principal, mas era uma figura muito importante. Ela é a vice-prefeita da terceira maior capital do país. Mas, as pessoas acabam construindo outro projeto, outro plano, e entendem que dentro do PV não dá para seguir com o projeto que concebeu para o futuro. Nós entendemos, o partido sente, mas ela não é a primeira nem será a última pessoa com mandato que deixará o partido”, afirmou Gomes.

O deputado estadual Marquinhos Viana também já anunciou a troca pelo PSB. Segundo o parlamentar, as divergências internas tiveram início também após a troca do comando do partido no início do ano. Segundo ele, o processo foi “empurrado goela abaixo”. "O Partido Verde, além de ter um dirigente que não se interessa em fazer o partido crescer e nem de manter o partido como estar, não deixa ninguém falar no programa eleitoral gratuito, não quer renovar o diretório da minha cidade, onde tenho cinco vereadores, o prefeito e o vice, e todos do PV. Ivanilson é um péssimo dirigente. Ele não conhece eleição, não conhece voto, nem partido e, da maneira como ele conduz na Bahia, ele está querendo acabar com o PV, igual como fizeram com o PV no Rio Janeiro”, disparou o parlamentar. 

O deputado afirmou ainda que atualmente o PV não tem nada a oferecer. "Nem a [ACM] Neto, nem a nenhum outro gestor. Não tem quadros para assumir cargo nenhum. O secretário [da Cidade Sustentável] André [Fraga] está porque é um rapazinho que foi presidente do PV em Salvador, é formado em engenharia, ele é até estudioso, mas é uma pessoa que não vai enriquecer o partido, não conhece voto, e partido sem voto não tem como crescer”, cutucou.

Para Ivanilson Gomes, todos que têm vontade de sair sempre arranjam uma justificativa. “O PV é um partido diferente, espiritualista, que não tem dono e com outra filosofia. Dentro da nossa organização não tem essa coisa de ‘perseguição’. Isso é para partido tradicional, que não é o nosso. Hoje os partidos são presidencialistas, porque o sistema é presidencialista, e as pessoas confundem que ser presidente é ser dono do partido. Estamos preparando o nosso estatuto, onde teremos eleições diretas para presidente do partido e vamos instituir um gabinete parlamentarista para horizontalizar as decisões”, rebateu.

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