Política

Investigado pela PF, Ubaldino aparece na Alba mas não participa de votação

Publicado em 14/07/2015, às 19h18   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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Depois de deflagrada a investigação da Operação Águia de Haia pela Polícia Federal, o deputado estadual Carlos Ubaldino de Santana (PSD), que teve na manhã de ontem (13) o gabinete invadido pela Polícia Federal, foi visto nos corredores da Assembleia Legislativa da Bahia nesta terça-feira (14), registrou presença no plenário, mas não votou no projeto de lei que configura o quadro de servidores que vão trabalhar na Câmara do Oeste.
O gabinete do deputado estadual confirmou que Ubaldino não participou da votação e alegou que o parlamentar permaneceu na Casa Legislativa até 16h40. Ainda de acordo com a assessoria do pessedista, Ubaldino teve dois celulares furtados nos últimos dias. 
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), que conversou com o pessedista nesta segunda-feira, disse que Ubaldino foi até o gabinete dele para prestar esclarecimentos. “Ele jurou inocência e, até então, não temos porque não acreditar. Hoje, ele marcou presença na Assembleia, mas não votou. Apesar das investigações, ele assumiu o compromisso de participar normalmente das atividades da Casa”, afirmou Marcelo Nilo.
Na noite de ontem, discursando contra “um julgamento antecipado” do correligionário, o presidente estadual do PSD, senador Otto Alencar, se mostrou surpreso com a investigação da PF e disse acreditar que Ubaldino seja um “homem sério, evangélico, de hábitos simples e do bem”, mas ponderou que “a Polícia Federal faz o seu papel em investigar”.
Licitações fraudadas
De acordo com a PF, uma organização criminosa forjava licitações, em conluio com agentes públicos e mediante o pagamento de propina e desviava recursos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). 
Ainda segundo a PF, os criminosos vêm atuando desde, pelo menos, 2009, tendo iniciado suas atividades no Estado de São Paulo, migrado para Minas Gerais e, em 2010, estabelecido sua base principal de atuação na Bahia. A investigação já verificou a atuação da Organização Criminosa, entre os anos de 2010 a 2014, em dezoito municípios do Estado da Bahia, um em Minas Gerais e um em São Paulo. 
Considerando apenas os dezoito municípios baianos, em que já existem provas da atuação da organização criminosa, o montante de verbas públicas desviado já atinge a quantia de R$ 57.2 milhões. A polícia informou ainda que os responsáveis pelas fraudes serão indiciados por crimes licitatórios, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha, entre outros delitos. Participam da referida operação cerca de 450 policiais federais.

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