Política

Aroldo Cedraz beneficiou UTC em processo no TCU

Publicado em 17/07/2015, às 09h07   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, fez um pedido de vista ao processo que tratou dos interesses da construtora UTC num contrato de R$ 2 bilhões para obras na usina nuclear Angra 3, em Angra dos Reis (RJ).

De acordo com reportagem do jornal O Globo, o ex-deputado baiano, em 14 de novembro de 2012, adiou por duas semanas uma decisão a respeito da licitação para as obras. Em delação premiada, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou ter repassado R$ 1 milhão ao filho do ministro, o advogado Tiago Cedraz, para ver atendidos os interesses da construtora no processo envolvendo Angra 3.

Além disso, o empreiteiro disse ter feito pagamentos mensais de R$ 50 mil a Tiago para garantir informações privilegiadas do TCU. Duas semanas depois do pedido de vista, em 28 de novembro, o processo retornou à pauta e o resultado foi favorável à UTC.

O relator do processo foi o ministro Raimundo Carreiro. Ele discordou da área técnica, que havia sugerido a anulação da fase de pré-seleção das empresas, e manteve a licitação. Naquele momento, dois consórcios já estavam habilitados para a disputa, sendo um deles o UNA 3, formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC. “Todas as suas empresas integrantes comprovaram capacidade técnica para cinco ou mais itens de cada pacote, exceto a UTC que, no pacote um, limitou-se aos quatro atestados exigidos no edital”, escreveu Carreiro em seu voto. Os ministros seguiram o relator e aprovaram dar continuidade à fase de pré-qualificação das empresas. Depois de pedir vista duas semanas antes, Aroldo Cedraz apareceu no acórdão como “ministro revisor”. Mas ele se declarou impedido e não votou.

Na última terça-feira, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão, autorizado pelo Supremo, no apartamento e no escritório de Tiago. Ele é investigado por conta das suspeitas levantadas pelo dono da construtora UTC. Se ficar comprovada a participação de um ministro do TCU nos episódios apurados, um inquérito tramitará no âmbito do STF, por conta do foro privilegiado. Tiago nega ter atuado para a UTC no tribunal, mas admite a prestação de serviços para a construtora.

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