Política

PT na Câmara boicotou discussão sobre corte de ministérios, diz revista

Publicado em 25/08/2015, às 08h53   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O anúncio do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de que o governo federal irá cortar ministérios, contrasta com a postura dos deputados petistas na comissão da Câmara Federal, criada justamente para discutir o projeto de corte das pastas. O colegiado foi formado em junho último e, desde o início, sofre boicote de deputados petistas que não compareceram a nenhuma das sessões realizadas.

Reportagem da revista Veja mostra que, na semana passada, a bancada do PT decidiu, sem explicações, retirar os três integrantes da comissão. O projeto, de autoria do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fixa na Constituição o limite de vinte pastas na Esplanada.

O ministro Nelson Barbosa não explicou quais pastas deixarão de existir, o que torna impossível avaliar o real impacto da medida no Orçamento da União e se o anúncio não é uma ação muito mais política do que benéfica aos cofres públicos. Mesmo com dez pastas a menos, a Esplanada ainda teria mais ministérios do que prevê o projeto de Eduardo Cunha. Atualmente há 39 ministros no governo.

O vice-líder do PT na Câmara Federal e coordenador da bancada baiana na Casa, deputado Afonso Florence, reconheceu que a redução não significará “uma economia direta grande”, mais servirá como um “fator na estabilização política para dar ambiente de investimento privado, com retomada do emprego”. “O governo e o PT estão fazendo de tudo para estabilizar na política. Claro, vamos ter que conversar sobre a garantia da continuada das políticas públicas estratégicas. Mas estou otimista que será um passo dado”, disse em entrevista à Tribuna. Entre os possíveis cortes estão secretarias que têm status de ministérios como a de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Políticas para as Mulheres.

Já o deputado Antonio Imbassahy (PSDB) citou, também ao diário baiano, que na campanha presidencial do ano passado, a então candidata à reeleição fez críticas à proposta de redução de ministérios. Dilma chegou a afirmar que o seu adversário, o senador Aécio Neves (PSDB), tinha "cegueira tecnocrática". “Eu não acredito, como a maioria dos brasileiros, que ela vá cortar despesas. Ela vai cortar o vento, para manter as coisas todas, sufocando o contribuinte. É mais um lance que não vai dá certo. Ela não vai fazer isso”. Para o parlamentar baiano, não será essa a sinalização que vai tirar a presidente do olho do furacão. “A crise está personificada nela. Ela deveria ter feito isso há muito. É só uma jogada virtual. Ela ainda está tentando funcionar na base do toma-lá-dá-cá. Ela não aceita o que a rua está dizendo. A rua diz uma coisa, ela faz outra. O que deveria fazer agora era renunciar, se tivesse a grandeza”, defendeu o tucano.

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