Iluminação Pública lidera críticas à prefeitura de Salvador na internet

As orelhas esquerdas da secretária de Ordem Pública (Semop), Rosemma Maluf, e do diretor da Diretoria de Iluminação Pública (DSIP), Bruno Barral, ambos da prefeitura de Salvador, devem estar "vermelhas". É crescente o número de reclamações frente à pasta no quesito da iluminação da cidade. O fato pode ser comprovado quando são levadas em conta as reclamações feitas através da internet. A área é a líder do grupo de setores no site Reclame Aqui, conhecido em todo o Brasil por catalisar ocorrências e buscar a resolução delas. Até nesta quinta-feira (3), em apuração recente feita pelo Bocão News, a prefeitura havia recebido 597 reclamações pelo portal, destas, 116 são sobre iluminação. Boa parte delas também perpassa pela gestão de Helder Lopes, antigo gestor da DSIP.

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O DSIP é a seção que deve executar diversos serviços para a melhoria da iluminação das vias da cidade, como manutenção de postes públicos e troca de lâmpadas, implantação de pontos novos de iluminação e braçadeiras.

A reclamação do segmento é tanta que até vereador da base do prefeito ACM Neto (DEM) soltou o verbo. Paulo Magalhães Júnior (PSC) apresentou à Mesa Diretora da Câmara projeto de indicação, solicitando da Prefeitura de Salvador a implantação de iluminação pública nas praias da capital baiana. "Recentemente, participei de um torneio de futevôlei na praia do Bogary, na Ribeira, mas as partidas tinham que terminar no final da tarde por falta de iluminação no local. Em outras regiões da orla, a situação é semelhante”, disse.

Secretária Rosemma Maluf

A prefeitura, no ano passado, se vangloriou e enviou material para a imprensa ressaltando um investimento de R$ 35 milhões na iluminação pública, um total três vezes maior que de 2013. Ainda na área, no assunto manutenção, foi divulgado o gasto de R$ 10 milhões no ano passado.

“Arrecada mais que gasta”

Vereador Arnando Lessa

Na oposição da Câmara de Vereadores o setor também é bastante criticado. O vereador Arnando Lessa (PT), que já foi titular da pasta entre os anos de 2005 e 2007 na gestão do prefeito João Henrique (PR), afirmou que a área é uma das que mais arrecada. “É um dos poucos setores da administração soteropolitana que é superavitária. Arrecada mais que gasta e não conseguimos ver ações eficazes na prática na atual gestão”, criticou.

Outro ponto levantado pelo petista diz respeito à Contribuição de Iluminação Pública. De acordo com o político, antes o valor arrecado ia para um fundo próprio vinculado a DSIP e, atualmente, após ajustes da secretaria da Fazenda, o monte vai para o caixa geral. “Eu acho que faltou força política de Rosemma de tentar barrar essa medida, pois prejudica o seu trabalho na secretaria”, discorreu.

“Eu, em 2007, deixei a secretaria com R$ 13 milhões aplicados no Banco do Brasil para você ter noção como conseguíamos arrecadar. Inclusive, tentei fazer uma licitação nacional para novas empresas gestarem essa área, mas meus sucessores rasgaram a licitação e trouxeram de volta três empresas que estão aí desde a gestão de Antônio Imbassahy”, completou.

As empresas referidas são a Sativa Engenharia, Compacta Engenharia e Ilumitech. Além dessas, também existe a Citéluz, que ingressou na atual gestão. Todas elas responsáveis pela manutenção de quatro regiões da capital que estão divididas.

Até a publicação da presente matéria, a secretária Rosemma Maluf foi procurada para prestar maiores informações, mas, até então, não retornou as tentativas do Bocão News.

*Matéria postada originalmente às 19h55 do dia 04/09.