Política

Lava Jato: réus ficaram meses sob pressão até decidirem pela delação premiada

Publicado em 13/09/2015, às 08h46   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Ministério Público e advogados de alguns réus da Operação Lava Jato travam uma disputa em torno da relação entre prisões e a decisão dos investigados de firmarem acordos de delações premiadas. O debate voltou à tona com a decisão do lobista Fernando Baiano de fechar um acordo de colaboração, na última quarta (9), após quase dez meses de cárcere.
De acordo com informações divulgadas pela Folha, um levantamento com os 11 principais colaboradores mostra que eles ficaram, em média, três meses presos antes de decidirem revelar o que sabiam sobre o esquema de corrupção na Petrobras em troca de penas mais brandas.
Os delatores considerados foram o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o doleiro Alberto Youssef, os lobistas Julio Camargo, Augusto Mendonça, Fernando Baiano, Mario Goes e Milton Pascowitch e os empresários Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, e Ricardo Pessoa, da UTC.
Até o momento, eles foram os réus cujas revelações desencadearam mais aberturas de inquéritos e denúncias.
Baiano é o delator que mais tempo ficou preso até decidir pelo acordo: foram 9 meses e 22 dias na cadeia. Já Julio Camargo, Barusco e Augusto Mendonça se anteciparam e fecharam delações antes de serem presos ou denunciados.
Os primeiros delatores, Paulo Roberto Costa e Youssef, ficaram, respectivamente, cinco e seis meses na prisão antes de colaborarem. O doleiro, porém, não ficou livre da prisão com as confissões. O acordo de Youssef, contudo, prevê que o tempo que ele já passou preso seja abatido da pena final.
Ele foi condenado, até hoje, em quatro ações, que somam quase 40 anos de pena –mas seu acordo de colaboração garante que ele não passará mais que cinco anos em regime fechado.
Baiano também não será liberado logo após o fim de sua delação. Como a Folha revelou, a expectativa é que ele fique, pelo menos, mais dois meses na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Os demais delatores passaram ao regime de prisão domiciliar pouco depois que seus acordos foram homologados pela Justiça Federal.

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