Política

Alba: Galo e Salles travam briga por agrotóxicos no Estado

Publicado em 15/09/2015, às 16h44   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)



Os deputados estaduais Marcelino Galo (PT) e Eduardo Salles (PP) travaram uma briga durante sessão na Assembleia Legislativa da Bahia, na tarde desta terça-feira. Ambos são engenheiros agrônomos, mas divergem sobre o uso de agrotóxicos. Galo é contra o uso na produção de alimentos no Estado, enquanto o ex-secretário de Agricultura do Estado é a favor. Durante pronunciamento, o petista falou dos projetos que visam regular o uso dos defensivos, seus prejuízos à saúde, enquanto o pepista contrapôs com os custos dos alimentos orgânicos.

Segundo Salles, o mundo tem sete milhões de habitantes e não há produção suficiente de alimento orgânicos para a alimentar toda a população. “Sem o uso de agrotóxicos não temos condições de alimentar o mundo. Não temos volume de alimentos e os preços iriam virar estratosféricos. O projeto dele [Marcelino Galo] penaliza as pessoas que vão comprar o tomate dez vezes mais caro, vão comprar a cenoura mais cara. Temos que pensar na população”, disse Salles ao Bocão News.

O ex-secretário chegou a afirmar que por conhecer a Bahia sabe que a população não teria condições de bancar uma alimentação mais saudável, livre de agrotóxicos.

Em resposta, Galo apontou que esse debate precisa ser público, pois envolve saúde pública, meio ambiente e sustentabilidade. “É um modelo de desenvolvimento. É coisa de seriedade. Queremos fazer um debate público, com argumentos. Foram produtos banidos na China, nos Estados Unidos e na Inglaterra, e mandam esse lixo para a sociedade brasileira comer. O Brasil é o maior importador de agrotóxicos do mundo. Dos 50 princípios ativos que entram no país, 22 são banidos em outros países do mundo”, explica Galo, que, dentre seus projetos estão o que proíbe o uso e comercialização de agrotóxicos e o que estabelece a obrigatoriedade de indicação expressa sobre o uso de agrotóxicos nos produtos alimentares produzidos e comercializados na Bahia. 

No Brasil, os herbicidas, inseticidas e fungicidas são algumas das substâncias químicas aplicadas nas lavouras e responsáveis, segundo pesquisas, pelo desenvolvimento de doenças neurológicas, hepáticas, respiratórias, renais, do câncer e da má formação genética. No país, segundo a Organização Mundial de Saúde, 500 mil pessoas são contaminadas por ano por conta do uso de agrotóxicos na produção dos alimentos.

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