Política

Marcelo Nilo pede ao TRE desfiliação do PDT

Publicado em 02/10/2015, às 14h02   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


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O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo, oficializou a sua desfiliação do PDT, partido que está filiado há seis anos, desde que deixou o PSDB. O pedido foi feito ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA).

De acordo com informações do jornal Tribuna da Bahia, em sua justificativa, o chefe do Legislativo baiano, que completará dez anos no comanda da Casa de Leis da Bahia, alegou que estaria sofrendo perseguição do presidente estadual do partido, deputado federal Félix Mendonça Jr. A estratégia é evitar a perda do mandato por infidelidade partidária. A resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enumera as hipóteses de "justa causa” para desfiliação partidária. Conforme Inciso 1º, do Artigo 1º, da Lei 22.610/07, considera-se justa causa: I) incorporação ou fusão do partido; II) criação de novo partido; III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; IV) grave discriminação pessoal”.

Nilo terá que formular uma boa justificativa, porque a mera insatisfação, junto às decisões do partido, por exemplo, não é considerada pela Justiça eleitoral condição ou argumento a ser utilizado com forma de burlar os mandamentos legais, já que essas situações devem ser consideradas como acontecimentos naturais da vida cotidiana política. 

Nilo tem afirmado aos quatro cantos que é cobiçado por oito partidos, mas a história não é bem assim. Desde que anunciou sua saída do PDT, o ex-pedetista demonstrou interesse em assumir o PL, caso fosse recriado. Chegou a informar que, caso o TSE negasse a criação do novo partido, estaria tudo certo para ingresso no PSD, comandado na Bahia por Otto Alencar. Mas, divergências com o senador obrigaram Nilo a desistir da aliança, já que Otto não iria permitir dividir poder com Nilo dentro do PSD. Como o próprio Marcelo Nilo admitiu: “o PSD é um partido consolidado na Bahia”. Além disso, o PL é um projeto de interesse exclusivo do presidente nacional do PSD e ministro das Cidades, Gilberto Kassab, daí a dificuldade de incluir Nilo em seus planos.

As divergências que Nilo enfrentou com Otto se repetem na maioria dos outros partidos, que também já estão "consolidados" e seus dirigentes nos estados jamais baixarão a guarda para um político voraz como Nilo demonstra ser. Conforme apurou a reportagem, no momento, sobram para o presidente da Alba apenas os chamados nanicos, entre eles o Pros, mas mesmo assim, o ingresso não seria automático. Nilo terá que ter um bom diálogo com os atuais dirigentes baianos doPartido Republicano da Ordem Social. Como eleição para o chefe do Legislativo só será em 2018, Nilo poderá perambular na vida pública sem estar filiado a um partido político e se hospedar em um novo só nas vésperas das eleições para poder apenas atingir seus interesses eleitorais.

Publicada originalmente às 9h do dia 2 de outubro

Classificação Indicativa: Livre

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