Política

Faixa arco-íris: Isidório leva caso ao MP e fala em sindicalismo gay

Publicado em 15/10/2015, às 14h48   Redação Bocão News (twitter: @bocaonews)



O deputado estadual Pastor Sargento Isidório impetrou no Ministério Público Estadual uma representação contra a ação de ativistas do grupo LGBT da Bahia que pretende pintar, no dia 22 de outubro, as faixas de pedestres de dois pontos da capital baiana com as cores do arco-íris. O intuito é chamar a atenção para a importância de políticas de proteção ao público LGBT.
Entretanto, desde que o assunto virou notícia o parlamentar demonstrou sua indignação com a ação. Na manhã desta quinta-feira (15), ele esteve no Ministério Público e, em documento entregue no órgão afirma que é um "absurdo da pretensão de um determinado grupo, seja ele qual for, em detrimento da maioria da população".
Ainda na representação, o deputado alega que "na ação que alicerça nossa crítica discordante ao Poder Público Municipal, por não ter havido audiência pública prévia e portanto decisão unilateral, um dos argumentos do Parlamentar Isidório que consta na ação que seguiu para MP-BA é que Salvador é uma cidade eminentemente negra, sendo portanto, óbvio que se alguma parcela muito importante da população mereceria ser homenageada nas vias públicas, com dinheiro público, seria justamente os seus donos predominante, nós os NEGROS! Assim sendo, adulterar as cores originais das faixas de pedestres seria apenas satisfazer caprichos fantasiosos, alimentando o ego de alguns de nossos irmãos e irmãs que abdicaram da sua heterossexualidade NATURAL DE DEUS). Vale lembrar que já existe outros grupos e mais outros em formação na nossa sociedade, refiro-me às prostitutas, pedófilos, zoófilos etc. E aí vem a pergunta: quando aparecerem os políticos padrinhos de tais grupos, já estariam as faixas de pedestres ocupadas simbolizando os grupos gays?!"
Em outro trecho ele cita como exemplo a vestimenta dos juízes. "Imaginemos, por exemplo, que o maior dos poderes a meu juízo, o judiciário em todos os seus níveis, por conta de um ato impensado, de um poder público que ao arrepio da lei pensa em ceder a tais caprichos tivesse que mais à frente, serem obrigados a ver suas togas também ganharem cores do arco-íris. A cor preta das vestimentas das nossas autoridade pré-diz imparcialidade, tal valor deve orientar todos os poderes públicos. Ou então, aguardemos o branco cisne da nossa marinha, o verde oliva do nosso exército e o azul celeste da nossa aeronáutica com suas fardas ganharem cores idênticas ao arco-íris numa alusão pejorativa ao ativismo ou sindicalismo gay".
Ontem, Pastor Isidório foi ainda mais longe e, em entrevista ao site Bocão News, afirmou que “eles têm que fazer uma faixa só para os ‘viados’ passarem. Eu não acredito que um político se agache tanto a esse ponto. Só por causa de meia dúzia de gente que quer saber de homem com homem e mulher com mulher?”, disse o parlamentar sobre a ação que tem parceria com a prefeitura de Salvador e de secretarias municipais.
O projeto
No dia 22 de outubro, próxima quinta-feira, Salvador terá duas faixas de pedestre coloridas, em homenagem a uma campanha mundial, intitulada Arco Iris no chão. O projeto é da ativista Larissa Moraes, líder do grupo TireSuaBikedoArmário  e conta com o apoio da prefeitura. Os próprios integrantes do movimento pintarão as faixas no dia 22 à noite e no dia 24 vai acontecer uma ação, também no Jardim de Alah com entrega de panfletos. 
Para a idealizadora “é uma forma leve e divertida de atentar a sociedade para os direitos LGBT”, disse Larissa Moraes.  “O projeto “Arco Iris no chão” é inusitado e só existe fora do Brasil, participei disso em Londres e pude ver a diferença que é em outros lugares do mundo onde eles promovem o respeito. A ideia é chamar a atenção da sociedade para o público LGBT e mostrar que não queremos nada demais a não ser o respeito e o direito de amar livremente”, pontuou.  Ela explicou que não será pintada a faixa branca que já existe, prevista inclusive nas leis de trânsito. “A pintura será intercalada com as faixas brancas”. Ainda conforme Larissa, a ideia é que a pintura permanece e o ponto se torne um símbolo de respeito a diversidade da capital baiana. 
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Classificação Indicativa: Livre

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