Política

Propina enlatada, já existe?, ironiza Solla na Câmara sobre declaração de Cunha

Publicado em 10/11/2015, às 18h39   Tamirys Machado (@tamirysmachado7)


FacebookTwitterWhatsApp

A última declaração do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que vendia carne enlatada na África, junto com outras mercadorias e assim começou a construir sua fortuna, foi motivo de gozação no plenário da Câmara, nesta terça-feira (10). O deputado federal Jorge Solla, não poupou críticas ao presidente da Casa e cobrou a cassação do mandato. 
“Milhões e milhões na Suíça, comprovação de gastos com cursos de tênis, de inglês, cartões de crédito, compras e mais compras, cópias de seu passaporte, e eis que Eduardo Cunha veio a público dizer que não é dono das contas e do dinheiro. Ele disse que é “usufrutuário em vida nas condições determinadas. Disse que ganhou dinheiro exportando carne enlatada. Propina enlatada, já existe?”, ironizou o parlamentar baiano. 
“Só pode ser piada. Por tudo que fez nesta Câmara neste ano, todas as manobras, todas as negociatas, eu estimava mais a perspicácia do presidente da Câmara. Não é possível que ele acredite mesmo que com essa desculpa esfarrapada vá convencer este parlamento e o povo brasileiro”, completou. 
O deputado endureceu o tom e pediu aos parlamentares da Casa que cassem o mandato de Cunha. “Esta casa precisa dar a única resposta possível para esta situação vexatória, que é cassar o presidente desta Câmara. Qualquer atitude que não seja esta é estar conivente com a presença deste senhor no comando da Câmara e merece a repulsa de toda a população”, pontuou. 
Solla também criticou a atitude dos colegas que elegeram Cunha, e a classificou como uma forma de criar instabilidade política e viabilizar o impeachment de Dilma Rousseff. 
“Quando elegeram Eduardo Cunha presidente da Câmara, sabiam o corrupto que estavam colocando aqui nesta cadeira. Elegeram, sustentaram e sustentam um corrupto. Fizeram tudo isso conscientes de onde isso ia chegar. Fizeram com o único e exclusivo objetivo de criar instabilidade política, dificuldades para o governo e tentar viabilizar o impeachment de Dilma. Eu venho aqui para reiterar: não faço acordo com corruptos. Não há nenhum acordo com Eduardo Cunha. Assinei, assim como a maioria da bancada do PT, o pedido de cassação de seu mandato. E se precisar de minha assinatura para colocar para votar amanhã sua cassação neste plenário, eu assino”, ressaltou. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp